Vinícius Lisboa
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro- Pelo menos 300 pessoas, segundo guardas municipais que estavam no local, se reuniram hoje (1) na Tijuca, na zona norte, para protestar contra decisões do governo do estado relativas aos eventos esportivos que a cidade sediará até 2016. Dentre essas decisões estão a concessão do Estádio Jornalista Mário Filho, o Maracanã, à iniciativa privada, e a reintegração de posse do prédio do antigo Museu do Índio.
Os manifestantes se reuniram na Praça Afonso Pena e caminharam pelas ruas do bairro até a entrada principal do estádio. No grupo, havia militantes de partidos de esquerda, representantes de movimentos sociais, do movimento estudantil e de sindicatos. Com um carro de som, líderes de cada organização participante do protesto criticaram o que chamaram de "privatização da cidade".
"Somos contra as privatizações do patrimônio artístico, cultural e esportivo. A cidade está à venda. O Maracanã deveria ser popular, com ingressos a preços populares", criticou Roberto Morales, do Comitê Popular da Copa do Mundo e Olímpiadas, que declarou ser contra a demolição do Parque Aquático Julio Delamare, do Estádio de Atletismo Célio de Barros e da Escola Friendenreich, construções vizinhas ao estádio, que cederiam lugar ao novo complexo esportivo e se tornaram objeto de disputa judicial.
Pessoas de todas as idades participaram da manifestação. A musicoterapeuta Julia Neves, de 28 anos, foi com a mãe e o padrasto e levou o filho Miguel, de 4 anos, para acompanhar o protesto, que transcorreu de forma pacífica. "Sou de um movimento social ligado à saúde mental, e desde que [Miguel] nasceu o levo ao Grito dos Excluídos [manifestação que se realiza todos os anos no dia 7 de setembro]". Para Julia, as decisões que têm sido tomadas no estado precisam ter maior participação da população. "A concessão do Maracanã deveria ter sido consultada em plebiscito".
Durante o ato, manifestantes filiados ao Sindicato dos Petroleiros protestaram contra a décima primeira rodada de leilão do petróleo, marcada para os dias 14 e 15 de maio. O sindicato é contra a exploração dos poços por empresas privadas.
Edição: Tereza Barbosa
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