Frente em defesa dos direitos humanos agrada a líderes indígenas e religiosos

20/03/2013 - 21h53

Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
 

Brasília – Representantes de movimentos sociais e líderes religiosos que acompanharam o lançamento da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos Humanos, hoje (20) na Câmara dos Deputados, mostraram-se otimistas com as discussões que serão conduzidas pelo grupo.

Para o representante da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, Otoniel Ricardo Guarani-Kaiowá, a frente pode representar a garantia de um espaço, na estrutura do Congresso Nacional, para o avanço das discussões em torno das questões indígenas. Entre elas, Otoniel citou o processo de demarcação de terras e a preservação ambiental.

"Nosso movimento se manifestou contrariamente à presidência dessa comissão [de Direitos Humanos e Minorias], por entendermos que ela deve lutar pela defesa dos direitos humanos sem envolver as particularidades [do deputado Pastor Marco Feliciano, presidente da comissão] como sua religiosidade", disse.

Segundo o líder indígena, o apoio à frente parlamentar justifica-se pela necessidade de garantir um espaço para discutir os direitos das minorias e dos excluídos, que precisam ter voz no Congresso. "Não podemos perder o diálogo com a política."

O diretor da Federação de Umbanda e Candomblé de Brasília e Entorno, Rafael Moreira, também comemorou o lançamento da frente parlamentar, mas disse esperar que ela tenha vida curta. "Vemos com bons olhos essa frente, porque ela reúne deputados que são, de fato, contrários à postura do deputado Feliciano que, diferentemente do que temos visto, deveria defender nossos direitos, independentemente de religião ou da falta dela."

"Eu espero que ela [a frente parlamentar] não dure muito tempo por causa da renúncia ou da saída dele. Essa é a nossa pressão", enfatizou Rafael Moreira, pouco antes de participar de um protesto, no início desta tarde, na porta da Comissão de Direitos Humanos.

Com gritos e palavras de ordem, um grupo de manifestantes reclamava por não conseguir entrar na sala de reuniões para acompanhar as discussões. Houve empurra-empurra.

Edição: Nádia Franco