Da BBC Brasil
Brasília - O presidente Barack Obama solicitou à Câmara dos Representantes (equivalente à Camara dos Deputados no Brasil) que apoie um acordo já aprovado no Senado para evitar o chamado abismo fiscal dos Estados Unidos.
O abismo fiscal é o termo usado para nomear uma série aumentos de impostos e cortes de gastos que entraram em vigor ontem (31) - data em que expiraram muitos cortes de taxas herdados do governo de George W. Bush.
A Câmara dos Representantes é liderada por uma maioria republicana e se reuniria na tarde hoje (1º) para discutir o assunto. O líder dos republicanos na Câmara, John Boehner, prometeu que a Casa votará o projeto de lei ou sugerirá uma alternativa. Porém, Boehner já havia dito anteriormente que não endossava o acordo - que também deve enfrentar resistência de diversas lideranças republicanas.
O projeto de lei foi aprovado pelo Senado, controlado pelos democratas, por maioria esmagadora de 89 votos a favor e 8 contra, na manhã de hoje.
Ele aumenta os impostos para os ricos e foi desenhado após longas conversações entre o vice-presidente Joe Biden e os republicanos do Senado.
Cortes de gastos foram adiados por dois meses para que um acordo mais amplo fosse possível.
O Congresso havia perdido o prazo para aprovar a nova lei, mas os efeitos não foram sentidos ainda porque a terça-feira é um feriado público dos EUA. Sem um acordo, os impostos subiriam para virtualmente todos os americanos que trabalham.
"Embora nem democratas nem republicanos tenham conseguido tudo o que queriam, esse acordo é a coisa certa a se fazer para nosso país, e a Câmara deve aprová-lo sem demora", disse Obama em comunicado.
Pela proposta de lei aprovada no Senado, serão estendidos os cortes de impostos para os americanos que ganham menos de US$ 400.000 por ano - acima dos US$ 250.000 inicialmente propostos pelos Democratas.
Para os mais ricos, porém, a taxa passa de 35% para 39,5% sobre os rendimentos.