Venezuelanos vão às urnas em uma eleição polarizada

06/10/2012 - 10h32

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

Brasília – As eleições presidenciais na Venezuela estão polarizadas. De um lado está o atual presidente Hugo Chávez, de 58 anos, e do outro Henrique Capriles Radonski, de 40 anos. Chávez defende o modelo que chama de “socialismo bolivariano”, enquanto Capriles é neoliberal. Para o atual presidente, o ideal é ampliar os programas sociais, a força do Estado e promover a reforma agrária.

O opositor é favorável à descentralização do poder e diz que sua meta é estabelecer a convivência entre partidos políticos distintos. Capriles reconheceu, em alguns discursos, os efeitos positivos dos programas sociais desenvolvidos por Chávez e prometeu mantê-los, se eleito. Também disse que vai promover o estímulo da economia de tal maneira que incentive a criação 1 milhão de empregos.

Nos comícios, Chávez ratificou as ações do seu governo em defesa de mais incentivos à produção agrícola e ao controle da inflação, assim como a criação de mais oportunidades de moradia no país – um dos principais problemas é o déficit habitacional. Ele também disse que sua meta é aumentar a produção de petróleo, que poderá chegar a 6 milhões de barris por dia em 2019.

Capriles e Chávez divergem também sobre as propostas para reduzir a violência no país, uma das principais queixas dos venezuelanos. Para o opositor, o ideal é despolitizar as Forças Armadas e reduzir a compra de armas de outros países. Chávez sugere aperfeiçoar o policiamento e dar mais atenção à prevenção e punição dos crimes.

Ao longo da campanha eleitoral, os dois candidatos enfrentaram desafios pessoais. Chávez fez tratamento para o combate ao câncer na região pélvica. Capriles trabalhou para afastar sua imagem de candidato das classes favorecidas e mostrar-se como uma opção de todos os segmentos sociais.
 
Em abril de 2002, Capriles foi acusado de não ter impedido, como presidente da Câmara Municipal de Baruta, um ataque à Embaixada de Cuba em Caracas durante o golpe de Estado que afastou Chávez temporariamente do poder. Ele foi preso e 199 dias depois absolvido por um tribunal.

Há 14 anos no poder, Chávez assumiu a Presidência em 1999, quando dissolveu o Parlamento e  convocou uma Assembleia Nacional Constituinte, reformando a Constituição, aprovando o referendo e reconhecendo os direitos culturais e linguísticos das comunidades indígenas. Também ampliou os poderes do governo e  aumentou de quatro para seis anos o mandato presidencial.

Edição: Graça Adjuto