Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Na véspera das eleições à Presidência da República na Venezuela, os principais candidatos - o atual presidente Hugo Chávez, que tenta o terceiro mandato consecutivo, e o opositor Henrique Capriles Radonski (Mesa de Unidade Democrática), que conseguiu o apoio de 14 partidos políticos - enfrentam o eleitorado indeciso. Com discursos antagônicos, Chávez e Capriles se empenham para ganhar a confiança dos mais de 18 milhões de eleitores aptos a votar amanhã (7).
Sem tradição de debates na Venezuela, Chávez e Capriles não se confrontaram em frente às câmeras nem em estúdios de emissoras de rádio. O atual presidente fez campanha em todo o país, concentrando-se em Caracas, a capital. O opositor também fixou seu núcleo de campanha na capital e arredores, mas tentou avançar pelo país.
É diferente a forma como os candidatos à Presidência da República utilizam os horários nas emissoras de rádio e televisão. Cada candidato tem até três minutos por dia para fazer propaganda política nas emissoras. Se o candidato quiser mais tempo, deve pagar pelo uso do horário à emissora.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela se define como um poder independente, embora parte dos membros tenha sido indicada por Chávez. O embaixador da Venezuela no Brasil, Maximilien Sánchez Arveláiz, disse à Agência Brasil que o sistema eleitoral no país é seguro e exemplo para outros países. Segundo ele, a Índia e a Coreia do Sul adotam o sistema eleitoral venezuelano.
O CNE é formado por cinco magistrados, o equivalente à Justiça Eleitoral no Brasil. A previsão é que o resultado das eleições presidenciais seja divulgado amanhã por volta das 22h. Em caso de suspeitas de fraudes e irregularidades, o CNE lança advertências e promove auditorias.
Na Venezuela, o voto não é obrigatório e as autoridades tentam atrair o interesse dos eleitores por meio de propaganda e do discurso nacionalista. A expectativa é que cerca de 14 milhões de venezuelanos compareçam às urnas para a escolha do presidente da República. No Brasil, vivem aproximadamente 8 mil venezuelanos. A maior colônia está em São Paulo, onde cerca de 500 pessoas votarão amanhã.
A posse do presidente eleito na Venezuela é 10 de janeiro de 2013. O vitorioso, segundo a legislação venezuelana, é aquele que obtiver a maioria dos votos. Não há segundo turno no país, nem é necessário alcançar mais de 50% da totalidade dos votos válidos.
Edição: Graça Adjuto