Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, visita amanhã (30) o Senegal no momento em que o presidente senegalês, Macky Sall, decide fechar o Senado do país para poder utilizar os recursos, aplicados na manutenção da Casa, em programas de saneamento para as vítimas de inundações. Segundo Sall, é um “procedimento urgente” baseado na reforma da Constituição e com o apoio da Assembleia Nacional.
Pelos dados do governo do Senegal, há vítimas não só nas redondezas da capital do país, Dakar, mas também em várias cidades no interior. “O alívio do sofrimento do povo é mais importante que o Senado, pois temos de acabar com as inundações que afetam o país de forma cíclica”, disse o presidente senegalês.
Patriota tem reuniões com o primeiro-ministro do Senegal, Abdoul Aziz Mbaye, e o secretário-geral do Ministério de Negócios Estrangeiros, Papa Omar Ndiaye. Em discussão, acordos de cooperação em agricultura familiar, segurança alimentar, energias renováveis, ciência e tecnologia e uso sustentável do meio ambiente. Eles conversam também sobre as tensões na Guiné-Bissau e no Mali.
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, Itamaraty, as relações comerciais entre Brasil e Senegal evoluíram nos últimos anos. De 2002 e 2011, o intercâmbio passou de US$ 29,3 milhões para US$ 240,9 milhões.
Na África, o Brasil se preocupa também com a instabilidade política, e o Senegal exerce um papel importante no continente por sua localização e atuação. Tanto na Guiné-Bissau quanto no Mali houve ao longo deste ano destituições de presidentes da República por grupos militares. Internamente, ambos os países ainda enfrentam tensão.
Em abril, um grupo de militares retirou do poder não só o presidente da República, mas também o primeiro-ministro e o chefe do Estado-Maior. Na ocasião, a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) ameaçou levar o caso ao Tribunal Penal Internacional. O Conselho de Segurança das Nações Unidas condenou o chamado golpe de Estado.
Antes disso, em março, no Mali, país com 12 milhões de habitantes, também houve um movimento semelhante. Militares, sob o comando de Amadou Sanogo, tiraram do poder o então presidente Amadou Touré. Os militares disseram que Touré foi destituído porque era ineficiente no tratamento com as milícias e a guerrilha. Depois do golpe, o país se mantém dividido.
*Com informações da agência pública de notícias de Portugal, Lusa.
Edição: Talita Cavalcante