Comissão de Direitos Humanos da Câmara repudia ameaça britânica de invadir Embaixada do Equador

22/08/2012 - 17h27

Daniella Jinkings
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A Comissão de Direitos Humanos (CDH) da Câmara dos Deputados divulgou hoje (22) uma nota de repúdio ao governo do Reino Unido por ameaçar invadir a embaixada do Equador em Londres para prender o australiano Julian Assange, fundador do site WikiLeaks.

“Nem mesmo as ditaduras latino-americanas se atreveram a invadir embaixadas para capturar dissidentes, nem proibir que saíssem com segurança para os países concedentes de asilo”, disse a nota.

O documento foi lido durante a abertura da sessão pelo presidente da comissão, deputado Domingos Dutra (PT-MA). Segundo o parlamentar, a Convenção de Viena de 1961 definiu o conceito de imunidade diplomática. “A violação dessa convenção significaria um retrocesso inaceitável, protagonizado pelo governo de uma nação democrática”.

Para ele, o vazamento de informações sobre crimes de guerra e a respeito de segredos de governos, não justifica uma perseguição unilateral por parte do governo do Reino Unido. “As ameaças do governo do Reino Unido revelam uma velha postura colonialista em relação à América Latina. Será que a reação seria a mesma se o asilo político fosse concedido por um país europeu ou os Estados Unidos?”, questiona a comissão.

No último dia 16, o presidente do Equador, Rafael Correa, concedeu asilo político a Assange. Ele está há mais de dois meses abrigado na representação diplomática equatoriana em Londres. Formado em física e matemática pela Universidade de Melbourne, na Austrália, Assange passou a ser conhecido internacionalmente por causa do site WikiLeaks, que divulgou em detalhes uma série de documentos sigilosos de vários países.

 

Edição: Rivadavia Severo