Compartilhamento de navios, burocracia e infraestrutura precária são alguns dos problemas enfrentados pela cabotagem no Brasil

19/08/2012 - 14h02

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - Em uma escala de 0 a 10, o transporte de carga por cabotagem no Brasil recebeu nota média de 6,2. A insatisfação das 100 maiores empresas do país ouvidas pelo Instituto Ilos está, principalmente, na movimentação de contêineres, já que os navios usados pelas empresas são compartilhados, enquanto os de granéis são fretados por uma única companhia.

Na análise feita por setor, cujo resultado o Instituto apresentará no 18º Fórum Internacional de Logística & Expo.Logística, que ocorre na próxima semana no Rio de Janeiro, as maiores críticas são das empresas de higiene, limpeza, cosméticos e farmacêutico, que deram nota média de 4,7. Também estão descontentes as indústrias automotivas e de autopeças (média de 5,6), e de tecnologia e computação (5,7).

A pesquisa do Instituto Ilos mostra ainda que entre as principais ações para melhorar o transporte de cabotagem estão o investimento em infraestrutura, para tornar os terminais portuários mais eficientes e integrados com os outros modais, a viabilização de serviços porta a porta e a garantia de escalas regulares de transporte, com navios modernos.

Por fim, o estudo aponta a necessidade de diminuir a burocracia no setor, simplificando as documentações exigidas, e garantindo os mesmos benefícios do transporte marítimo na compra de combustível.

“Além dos problemas estruturais, grande parte das empresas instaladas no país reclama de questões operacionais, como o elevado tempo de transporte, a baixa frequência de navios, a pouca confiabilidade nos prazos e a indisponibilidade de rotas. Por outro lado, poucas são as críticas quanto ao risco de roubo e avarias de carga, confirmando a característica da cabotagem de ser um modal de baixo índice de sinistros”, diz o documento.

 

Edição: Aécio Amado