Marcos Chagas
Enviado Especial
Rio Branco – Se Brasília tem o Senado, onde 81 parlamentares se reúnem para debater propostas importantes que alteram a vida do cidadão, na capital acriana também existe o “Senadinho”, ponto de encontro de idosos. Eles se reúnem todas as quartas e sextas-feiras para cantar e dançar ao som de bandas que tocam desde o forró pé de serra aos melhores clássicos do chorinho.
O Senadinho foi criado em frente ao Palácio das Secretarias de Governo pelo então governador e hoje senador Jorge Viana (PT), para tirar o idoso de casa e, consequentemente, do sedentarismo e da depressão, explicou o coordenador do espaço, Wilson Araújo.
“Aqui se tornou o Senadinho, onde as pessoas se reúnem para conversar besteira, falam do governo, de deputado, falam de um e falam de outro e aí ficou Senadinho", explicou Araújo. O espaço, segundo ele, já promoveu o casamento de sete casais de idosos.
Suado de tanto dançar, Manoel Rodrigues do Nascimento, de 80 anos, frequenta o Senadinho há quatro anos e disse, entre risos, que sempre arruma uma namorada. De acordo com ele, entre ficar em casa e frequentar o baile ao ar livre, prefere a segunda alternativa. “Não pode é ficar em casa que o sangue para”, brincou.
Manoel não vê muita diferença entre o Senado, em Brasília, e o Senadinho acriano. Para ele, se há alguma diferença, é pouca. “Olha, não estou achando quase diferença nenhuma com o Senado de Brasília. Diferença, coisa pouca, do Senado de lá para o daqui. Lá também está todo mundo dançando”, disse.
Já Sandoval Vasconcelos, de 76 anos, ainda busca sua “veia” (mulher). Vigiado de perto por Maria Lima de Oliveira, ele evita dançar e não assume o namoro. “Ele não dança, mas eu sempre dou um beijinho maroto nele”, brincou Maria.
Edição: Aécio Amado