União Europeia interrompe negociações com Paraguai e Mercosul devido à destituição de Lugo

19/07/2012 - 8h50

Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A destituição do então presidente do Paraguai, Fernando Lugo, em junho, levou a União Europeia a interromper as negociações em curso não só com os paraguaios, como também com os demais países do Mercosul. A decisão foi anunciada ontem (18) pela missão de deputados do Parlamento Europeu, que visitou nos últimos dias Assunção, a capital paraguaia. Porém, serão mantidos os programas de apoio e cooperação já existentes com o país.

O líder da missão, o deputado espanhol Luis Yáñez-Barnuevo, disse que as negociações serão retomadas após as eleições presidenciais do Paraguai, em 21 de abril de 2013. Segundo ele, a decisão foi tomada depois de conversas com vários setores da sociedade paraguaia e também análises de relatórios referentes ao impeachment de Lugo, em 22 de junho.

"As próximas eleições serão realizadas no âmbito de uma paz social com respeito aos direitos humanos e  transparência no Paraguai”, ressaltou o parlamentar europeu. “[É necessário]  incentivar o diálogo e manter a paz social até as eleições gerais.”

Lugo foi destituído do poder após a conclusão de um processo de impeachment, que levou menos de 24 horas, aprovado pela Câmara e pelo Senado. Ele foi substituído pelo vice-presidente da República, Federico Franco, no entanto, diz que foi vítima de um golpe de Estado. Lugo anunciou que será candidato ao Senado – que dispõe de 45 vagas.

A destituição de Lugo levou o Mercosul e a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) a suspender o Paraguai de reuniões e debates até as eleições de 2013. Para os líderes internacionais, houve uma ruptura democrática no país.

Em entrevistas coletivas concedidas durante a visita a Assunção, os parlamentares europeus se disseram preocupados com os danos à imagem internacional do Paraguai pela suspeita de ruptura da ordem institucional e social

*Com informações da emissora multiestatal de televisão, Telesur, e da agência estatal de notícias de Cuba, Prensa Latina  // Edição: Juliana Andrade