Luciene Cruz
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O governo brasileiro considera ter acertado o tom de negociação com o governo argentino. A avaliação é do secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Alessandro Teixeira, que agora negocia com o secretário de Comércio Interior da Argentina, Guillermo Moreno, e define a relação atual como “objetiva”.
O negociador acredita em crescimento das vendas a partir de agora, com a liberação da Argentina para importação de produtos brasileiros do agronegócio e industriais. “Devemos ter resultado positivo para este mês [de julho], com a retomada desses produtos. O responsável é a situação econômica internacional, que afeta a Argentina e está nos afetando também”, finalizou.
As barreiras impostas pela Argentina para compras do exterior refletiram nas exportações brasileiras, que tiveram queda de 16 % no primeiro semestre deste ano. No entanto, nessa primeira semana de julho, o comércio bilateral teve um avanço na entrada de carne suína no país. As exportações do produto para a Argentina, nos três primeiros dias do mês, somaram US$ 498 mil, equivalendo a 143 toneladas. Pela média diária, houve aumento de 226,1%, em valor,em relação ao mês de junho.
No setor de máquinas agrícolas, foram liberadas 229 licenças não automáticas de tratores, colheitadeiras e plataformas. “Acho que agora [a relação] está bem, a gente teve resultados importantes da liberação de vários produtos que estão entrando na Argentina”, disse.
Teixeira ressaltou ainda que, mesmo com o destravamento de alguns produtos, o monitoramento do governo brasileiro tem sido diário. “A gente tem conseguido. Quanto tempo vai durar esse processo e se eles vão endurecer mais daqui para frente eu não sei dizer, mas, independente do que acontecer, o nosso trabalho é constante”.
No acumulado de janeiro a junho do ano passado, os embarques externos para o país vizinho somaram US$ 10,43 bilhões. O valor é US$ 1,6 bilhão maior que o registrado no mesmo período de 2012. Apesar da queda nas vendas internacionais, o secretário executivo destaca a interferência da crise internacional nas relações comerciais.
“Acho que está o diálogo está mais fácil. As conversar não estão só verbais, estão aparecendo resultados. Agora eles estão cumprindo. Não relaxamos, pelo contrário, endurecemos muito, só distensionou porque a gente endureceu. Eu não estou lá para brigar, eu estou lá para dar resultado. Quero saber dos produtos brasileiros que entram no mercado argentino”, comentou.
Edição: Davi Oliveira