Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – Para evitar que a leishmaniose visceral, doença que pode levar à morte, contamine as pessoas, equipes de saúde de São Paulo estão implantando um teste rápido para detectar se cachorros estão contaminados pela doença.
Segundo o diretor do Núcleo de Parasitose Sistêmica do Instituto Adolfo Lutz, Roberto Mitsuyoshi Hiramoto, o objetivo do trabalho é evitar que a doença se propague do animal para o ser humano por meio de um mosquito.
Ele explicou que a leishmaniose visceral é causada por um protozoário e afeta seres humanos e animais. Em humanos, a doença pode levar a óbito, quando não tratada. "Os animais, como os cães, são os reservatórios do parasita. Se o animal estiver infectado, o mosquito pode picar o animal e depois passá-lo [o protozoário] para o homem”, disse Hiramoto, em entrevista à Agência Brasil.
O teste rápido, cujo resultado sai em até 20 minutos nos laboratórios do Instituto Adolfo Lutz, vai ser realizado em vários municípios nas regiões de Bauru, Marília, Presidente Prudente, São José do Rio Preto e Araçatuba. Nos municípios que têm transmissão canina ou humana, os animais passarão por uma coleta de sangue. O sangue será então enviado para a rede do Adolfo Lutz, onde é feito o exame para ver se os animais estão infectados, informou Hiramoto. O teste é gratuito e, até o fim deste ano, deve ser disponibilizado para todo o estado de São Paulo.
Caso o resultado do teste no animal seja positivo, ou seja, confirme a contaminação pela doença, ele precisará ser repetido e, se a contaminação for de fato confirmada, o animal terá de ser sacrificado. “O grande foco é evitar que [a doença] se propague para o ser humano”, disse o diretor.
Entre os sintomas da doença estão a febre de longa duração, fraqueza, emagrecimento e palidez. A leishmaniose visceral também pode afetar o fígado, o baço e a medula óssea.
Edição: Nádia Franco