De família de políticos, Franco construiu história de vida sólida e rígida

23/06/2012 - 9h52

Renata Giraldi
Enviada Especial

Assunção (Paraguai) – De família de políticos tradicionais no Paraguai, o novo presidente Federico Franco, de 49 anos, construiu uma história sólida e rígida de vida. Ele foi o segundo da família a ser vice-presidente no país, depois do irmão Júlio César Franco (2000-2002). Médico cardiologista, Franco mantém hábitos severos. Como seu antecessor Fernando Lugo, é católico praticante e gosta de ir à missa logo cedo aos domingos.

Sistemático, Franco exige dos assessores e funcionários o cumprimento de horários. Mal assumiu o poder,  marcou para hoje (23), sábado, reunião a partir das 8h. Em discussão, a formação do novo governo e as prioridades que serão adotadas. O novo presidente avisou que pretende construir um governo de coalizão nos próximos 11 meses até as eleições de 2013.

Os desafios de Franco são conquistar a confiança da população paraguaia, que reúne um grupo considerável de admiradores de Lugo, e manter uma base leal no Congresso Nacional. A violência no campo e as cobranças dos camponeses pautam boa parte das reivindicações, pois um conflito entre agricultores e policiais, no dia 15, agravou a crise política do ex-presidente.

Não foi à toa que Franco nomeou, inicialmente, os ministros do Interior, Carmello Caballero, e das Relações Exteriores, José Félix Fernández, além do chefe da Polícia Nacional, Aldo Pastore. No Paraguai, as questões internas políticas são conduzidas pelo ministro do Interior e a Polícia Nacional administra as tensões relativas à segurança do Estado.

Para desfazer a imagem externa de ameaça de rompimento com a ordem e a democracia, ainda jovens nas Américas, Franco escolheu José Félix Fernández como chanceler. Diplomata de carreira, Fernández é respeitado interna e externamente, o que pode facilitar o trânsito de Franco entre os chefes de Estado das Américas ainda resistentes a ele.

Edição: Graça Adjuto//Matéria alterada para correção de informação no segundo parágrafo (eleições de 2013 e não de 2012)