Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O presidente da Síria, Bashar Al Assad, discursou ontem (3) em frente à sede do Parlamento, que foi destituído, e reclamou de um “complô internacional” contra o país. Segundo ele, os protestos são motivados por terroristas armados que provocam o que chamou de “verdadeira guerra”. Em momento algum ele assumiu responsabilidade ou indicou que pretenda atender aos apelos dos manifestantes para encerrar a onda de violência e promover a abertura política.
Em rara aparição pública desde o início da crise na Síria há 15 meses, Assad fez discurso de uma hora, retransmitido pela televisão. O presidente convocou a população a se unir para encerrar os conflitos armados na Síria e negou qualquer envolvimento com o massacre na cidade de Houla, no Centro do país, que matou 108 pessoas, inclusive crianças.
Assad disse que há entre os sírios aqueles que receberam dinheiro para participar de manifestações contra o governo e até matar. O presidente negou a possibilidade de diálogo com seus opositores, a quem acusa de "ligação com estrangeiros".
Apesar da presença de 300 observadores da Organização das Nações Unidas (ONU) no país, a violência na Síria não cessa. De acordo com a organização não governamental Observatório Sírio de Direitos Humanos, mais de 13 mil pessoas foram mortas desde o início dos protestos, em março de 2011.
Os confrontos foram gerados por protestos, liderados por manifestantes que defendem a renúncia de Assad e reclamam de violações de direitos humanos e falta de liberdade de expressão e política na Síria. Assad reage e insiste em manter-se no poder.
*Com informações da emissora pública de rádio da França, RFI//Edição: Graça Adjuto