Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que ocorre de 13 a 22 de junho, na capital fluminense, será o mais sustentável, inclusiva e conectada possível, afirmou hoje (30) o secretário nacional de organização da conferência, ministro Laudemar Aguiar.
Segundo ele, entre as medidas que estão sendo implementadas para cumprir esse objetivo estão o uso de geradores à base de biodiesel e de madeira certificada para a montagem dos espaços que vão abrigar as discussões, no Riocentro, zona oeste da cidade, e ainda a promoção da coleta seletiva de lixo durante o evento.
“Seguindo orientações da Presidência da República, estamos tentando, ao máximo, tornar o evento o mais sustentável possível, tanto em relação a produtos como serviços”, disse ele, ao conceder entrevista coletiva no Riocentro depois de apresentar as instalações do evento.
Aguiar acrescentou que, em vez de copos descartáveis de plástico serão usados copos biodegradáveis, produzidos a partir de espiga de milho. Também estão sendo definidas estratégias, que devem ser divulgadas em breve, para compensar as emissões de carbono com a realização da conferência. Quanto ao uso de papel, o ministro disse que a proposta é orientar os participantes a fazerem o uso baseado no princípio paper smart, ou seja, a mínima quantidade possível.
“Não tem como haver uma conferência sem papel, mas a ideia é ter todos os documentos da ONU colocados de forma digitalizada, usando ao máximo as novas tecnologias no Riocentro e na conferência em geral”, disse, destacando que todo o papel a ser usado na Rio+20 é sustentável e produzido no Brasil.
Aguiar enfatizou ainda que a acessibilidade é outra questão fundamental para a organização do evento. Ele lembrou que existem, no Brasil, aproximadamente 45 milhões de pessoas com algum grau de deficiência, o que significa 23,9% da população brasileira. “Se queremos que a Rio+20 seja inclusiva e participativa, não podemos, por falta de equipamentos físicos e digitais, excluir essas pessoas”.
Para garantir a acessibilidade, o evento vai contar com facilidades de locomoção pelos espaços da conferência, tecnologiais como a audiodescrição, o uso de legendas e a tradução das discussões para a Língua Brasileira de Sinais (Libras), e ainda para a língua de sinais em inglês. Aguiar lembrou que o próprio site da Rio+20 já oferece um software do governo federal que permite acessibilidade a pessoas com deficiência visual.
“A ideia é que, daqui a alguns anos, não precisemos mais falar de acessibilidade, porque ela já fará parte de todos nós. Queremos que o mundo veja o que estamos fazendo e que, em conferências da ONU, esse seja um patamar em termos de acessibilidade”, acrescentou.
De acordo com o ministro, outra preocupação é a conectividade, que também vai resultar em segurança dos trabalhos. O que está sendo montado permitirá 30 mil acessos simultâneos no Riocentro. “Será a conferência mais digitalizada e segura já feita no Brasil, com cabeamentos paralelos para evitar que a internet e a rede wifi caiam durante a conferência. Não pode haver [panes] e faremos o possível para que não haja qualquer interrupção dos trabalhos”, disse.
Edição: Lana Cristina