Presidente do PSDB diz que partido confia em Marconi Perillo

04/04/2012 - 17h27

Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O presidente do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), disse hoje (4) que o partido confia no governador de Goiás, Marconi Perillo, no que se refere ao possível envolvimento dele com o bicheiro Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

Depois do vazamento para a imprensa de conversas da chefe de gabinete de Perillo, Eliane Gonçalves Pinheiro, com Cachoeira, surgiu a suspeita de que o governador goiano também pudesse estar envolvido no esquema de jogos ilegais no estado. Mas, para o presidente do PSDB, os vazamentos têm sido “seletivos” e sempre voltados para a oposição.

“O partido não enxerga muita coisa, uma funcionária está envolvida nessas fitas gravadas. Nós estranhamos que essas fitas sejam seletivas, sempre voltadas para a oposição. A gente tem muita calma. O que houver para investigar, vamos investigar. O que houver para esclarecer, vamos pedir esclarecimentos. Reiteramos, de maneira muito tranquila, a confiança no governador de Goiás”, disse Sérgio Guerra a jornalistas em Brasília.

Guerra também elogiou a postura do tradicional aliado político do PSDB, o Democratas, que ameaçou expulsar o senador Demóstenes Torres (GO) em função dos constantes vazamentos de conversas dele com Cachoeira. Guerra disse que, se for o caso, o PSDB apoiará a proposta do DEM de instalar uma comissão parlamentar de inquérito para investigar as denúncias sobre o bicheiro e o envolvimento dele com outros parlamentares. “O Democratas teve uma atitude exemplar na questão que envolve o senador Demóstenes Torres. Sempre que eles defendem algo, nós, normalmente, apoiamos”, disse o presidente tucano.

Carlinhos Cachoeira foi preso na Operação Monte Carlo da Polícia Federal e permanece na cadeia desde então. Durante as investigações, a PF gravou inúmeras conversas dele, que é considerado o controlador do jogo do bicho e de outros jogos ilegais em Goiás, com Demóstenes Torres e os deputados Sandes Júnior (PP-GO), Carlos Lereia (PSDB-GO) e Stepan Nercessian (PPS-RJ).

Demóstenes têm sido o mais atingido pelas denúncias porque vazamentos das conversas telefônicas mostram o senador tratando com o bicheiro de dinheiro e de projetos sobre jogos no Congresso Nacional. O senador também admitiu ter recebido presentes no valor de R$ 30 mil de Cachoeira. Ele se desfiliou do Democratas depois do anúncio sobre a abertura do processo de expulsão. Todos os parlamentares flagrados pela PF admitiram se relacionar de maneira próxima com o bicheiro, mas negaram envolvimento em negócios ilícitos.

Edição: Fábio Massalli