Delegação de autoridades do Afeganistão é atacada por manifestantes que pedem justiça por massacre

13/03/2012 - 9h33

Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
 

Brasília – Militantes disparam hoje (13) contra a delegação do governo do Afeganistão no mesmo local onde houve o massacre de 16 civis, incluindo crianças, por um militar norte-americano, há dois dias. Pelo menos um soldado foi morto e a delegação – que é formada também por dois irmãos do presidente afegão, Hamid Karzai – saiu às pressas do distrito de Panjwai, na região de Kandahar.

Pela manhã, na cidade de Jalalabad, uma das mais importantes do Afeganistão, manifestantes protestaram contra a presença norte-americana no país. Os manifestantes pediram que o militar acusado de provocar o massacre seja julgado publicamente no país. O secretário de Defesa norte-americano, Leon Panetta, disse o militar pode ser condenado à morte, se for considerado culpado.

O protesto e o ataque à delegação são apenas uma das reações geradas pelo massacre. Durante o protesto, os manifestantes gritaram palavras de ordem, como “morte à América, morte a Obama”, e pediram o julgamento público no Afeganistão para o militar norte-americano.


O ataque anteontem (11) em Kandahar fez com que o presidente norte-americano, Barack Obama, pedisse desculpas públicas pelo episódio. O massacre ocorreu duas semanas depois de serem localizados exemplares do Alcorão – livro sagrados dos muçulmanos – queimados na base militar norte-americana de Bagram.

A identidade do militar norte-americano está sendo mantida sob sigilo. Há informações de que se trata de um sargento, casado e que tem filhos. Para líderes tribais de Kandahar, o massacre dos 16 civis foi motivado por vingança.

*Com informações da BBC Brasil // Edição: Juliana Andrade