Em meio a ofensiva, governo sírio diz que eleitores aprovaram nova Constituição

27/02/2012 - 18h52

Da BBC Brasil

Brasília – O governo sírio anunciou hoje (27) que uma nova Constituição foi aprovada pela maioria dos eleitores por meio de um referendo. Segundo o ministro do Interior, Mohammed Al Shaar, 57% dos eleitores compareceram à votação. A nova Constituição, que prevê eleições multipartidárias para o Parlamento em um prazo de três meses, já tem 89% de votos a favor.

Países ocidentais e opositores ao regime sírio consideraram o referendo "uma farsa", mas o Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse que a iniciativa é um "movimento em direção à democracia".

No início da manhã de hoje, forças sírias deram início a uma ofensiva em diversas cidades na província de Idlib, no Noroeste do país. De acordo com ativistas, a cidade de Homs, um dos principais redutos da oposição, também permanece sob fogo. Cerca de 30 pessoas morreram em todo o país nesta segunda-feira.

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, disse que pode ser possível, em breve, retirar dois jornalistas ocidentais feridos de Homs. "Temos o início de uma solução. Parece que as coisas estão começando a se mover", afirmou Sarkozy. Na última quarta-feira (22), o fotógrafo britânico Paul Conroy e a repórter francesa Edith Bouvier foram feridos em um ataque no qual morreram a jornalista americana Marie Colvin e o fotógrafo francês Remi Ochlik.

Também hoje, a China qualificou de "muito arrogante" a crítica dos Estados Unidos à sua política em relação à Síria.Um comentário no jornal oficial do Partido Comunista Chinês disse que, após a experiência no Iraque, os Estados Unidos não têm o direito de falar pelo povo árabe. O comentário ocorre após a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, ter considerado "desprezível" o veto da China e da Rússia a uma resolução sobre a Síria no Conselho de Segurança das Nações Unidas, por ocorrer enquanto "pessoas estão sendo assassinadas" naquele país.

Enquanto isso, a União Europeia aprovou uma nova rodada de sanções à Síria, que incluem o congelamento dos fundos do Banco Central sírio na Europa e a proibição de viagem aos países do bloco para sete pessoas próximas ao presidente Bashar Al Assad.