Obama propõe cortes de impostos e estímulo a obras públicas para recuperar economia dos EUA

08/09/2011 - 21h29

Paula Laboissière e Wellton Máximo
Repórteres da Agência Brasil

Brasília – Cortes de impostos para pequenos negócios e a classe média e o aumento da tributação sobre as grandes empresas e os mais ricos. Esses são os pilares da proposta de US$ 447 bilhões do presidente norte-americano, Barack Obama, para reativar a criação de empregos nos Estados Unidos.

O presidente apresentou o plano ao Congresso norte-americano hoje (8) à noite, em discurso conjunto a deputados e senadores. A proposta também inclui um pacote de ajuda para a infraestrutura de transporte e a reconstrução de escolas. “A proposta é simples. Colocar mais pessoas de volta ao trabalho e mais dinheiro no bolso de quem trabalha”, disse.

Em relação aos cortes de tributos, o plano prevê a redução de impostos para as empresas que contratarem. Terão prioridade os veteranos de guerra e os desempregados de longo prazo. As empresas receberão crédito tributário de US$ 4 mil cada vez que contratarem pessoas sem trabalho há pelo menos seis meses.

Classificados por Obama como a principal fonte de empregos nos Estados Unidos, os pequenos negócios terão a contribuição recolhida por trabalhadores reduzida pela metade, de 6,2% para 3,1%. O presidente propôs a prorrogação por um ano do corte de tributos para as famílias de classe média. Cada família deixará de pagar US$ 1,5 mil em 2012.

O governo também pretende prorrogar por um ano o pagamento do seguro desemprego. Para estimular a economia, Obama anunciou um pacote de obras públicas. O governo norte-americano estimulará a modernização da rede de transportes e a modernização de 35 mil escolas no país, com prioridade para a instalação de internet de alta velocidade.

“A rede de transportes foi um dos principais fatores que impulsionaram o progresso deste país. Hoje assistimos à China construir aeroportos e ferrovias, enquanto há trabalhadores nos Estados Unidos dispostos a fazer o mesmo”, declarou.

Segundo Obama, a proposta tem pontos que agradam tanto a parlamentares democratas (do partido do presidente) como republicanos. Para obter apoio da oposição, o presidente anunciou que o pacote de incentivos terá compensações que não permitirão a ampliação do déficit público dos Estados Unidos.

“Nossa recuperação não virá de Washington, mas dos negócios e de nossos trabalhadores. Mesmo assim, podemos ajudar. Não há nada controverso. As propostas são apoiadas tanto por democratas e republicanos e tudo nesse pacote terá uma compensação [no orçamento]”, acrescentou.

Para não aumentar o déficit das contas americanas, Obama sugeriu a ampliação dos cortes de gastos aprovados em julho. Entre as medidas que podem impedir o aumento de gastos, estão reformas nos programas de saúde pública (Medicaid e Medicare) e o reajuste de impostos para os cidadãos mais ricos e as grandes empresas.

“Muitos republicanos que não acreditam em aumentos de impostos, mas Warren Buffett [investidor financeiro bilionário] paga menos impostos que uma secretária. A maioria dos cidadãos e dos presidentes de empresas estão dispostos a contribuir com sua parte se isso ajudar a economia crescer”, disse o presidente norte-americano.
 

Edição: Rivadavia Severo