Morre em Buenos Aires Emilio Massera, um dos ditadores do regime militar

08/11/2010 - 18h41

 

Luiz Antônio Alves
Correspondente da Agência Brasil na Argentina

Buenos Aires - O ex-ditador argentino Emílio Massera morreu na tarde de hoje (8) no Hospital Naval de Buenos Aires, vítima de um acidente vascular cerebral hemorrágico. Ele tinha 85 anos de idade e foi um dos integrantes da junta militar que governou a Argentina após o golpe de 24 de março de 1976 que derrubou a então presidenta María Estela Martínez de Perón.

Após a redemocratização do país, Massera foi preso e condenado à prisão perpétua, em 1990, acusado de crimes de lesa humanidade. A prisão ocorreu depois que o ex-presidente Néstor Kirchner, que morreu recentemente, decidiu reabrir processos contra militares da ditadura acusados de praticar tortura em presos políticos.

Em 1990, o então presidente Carlos Menen concedeu indulto a Massera mas a Suprema Corte de Justiça anulou a iniciativa presidencial. Em 2010, a Suprema Corte ratificou a nulidade do indulto concedido ao ditador. De acordo com a decisão da Corte, "a Argentina assumiu a responsabilidade de investigar e castigar os delitos (cometidos durante a ditadura militar). Este compromisso não pode ser anulado pelo indulto assinado em 1990 pelo ex-presidente Menen".

Durante a ditadura militar na Argentina, Emílio Massera comandou um centro de detenção clandestino da Marinha, a Escola Superior de Mecânica da Armada (Esma). Historiadores estimam que cerca de 5.000 presos passaram pelo local, que ficou conhecido como um dos lugares onde se torturavam inimigos políticos do regime militar argentino.

 

Edição: Aécio Amado