Crise pode exigir redirecionamento de investimentos no setor energético, diz Pinguelli

12/11/2008 - 15h25

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A crise financeiravai afetar o setor energético nacional, porque afeta aeconomia mundial. E poderá exigir uma mudança de escalados investimentos programados para o setor porque, “se umadeterminada atividade econômica voltada à exportaçãose reduzir, vai diminuir também o consumo energéticonessa área”. A avaliação foi feita hoje (12)pelo diretor da Coordenação de Programas dePós-Graduação de Engenharia da UniversidadeFederal do Rio de Janeiro, Luiz Pinguelli Rosa.O professor, queparticipa em Londres de um seminário sobre usinashidrelétricas e mudanças climáticas, defendeu,em entrevista à Agência Brasil, amanutenção dos principais projetos de longo prazo dosetor elétrico, como as usinas Jirau e Santo Antônio, noRio Madeira, em Rondônia, que deverão entrar em operaçãodentro de cinco anos. Pinguelli defendeuainda a continuidade dos investimentos na área do pré-sal.Segundo ele, mesmo que o preço do barril de petróleoesteja acima de US$ 40, a Petrobras considera viável opré-sal. “Por isso, os investimentos nessa áreadevem ser mantidos.” Para ele, os recursos devem ser mantidostambém na área dos biocombustíveis, que nãocontribuem para o efeito estufa.

“Pelo menos nessas trêsáreas, o Brasil tem que manter o investimento e a expansão,naturalmente dentro do razoável.” De acordo com Pinguelli,é difícil a energia ficar mais cara no Brasil por causada crise externa. Ele lembrou que o preço do petróleoestá em queda no mercado internacional e que a energiaelétrica “já está caríssima” noBrasil. É preciso mudar o modelo energético paradiminuir os custos que vão para o consumidor brasileiro,principalmente o consumidor da rede, porque o  consumidor livre,que é a grande indústria, tem contratos especiais,disse o professor”.

 Na próxima semana, oprofessor Pinguelli Rosa presidirá, no Rio, o 12ºCongresso Brasileiro de Energia. Entre os grandes desafios do setor,citou o petróleo, o pré-sal e o modelo do setorelétrico. Pinguelli é também secretárioexecutivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas.