Governadora do Pará negocia transferência de aeroporto da região central de Belém

07/08/2008 - 23h56

Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A governadora do Pará, Ana Júlia Carepa, negocia com o Ministério da Defesa e com a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) a transferência de local do Aeroporto Júlio César, a cinco quilômetros do centro de Belém. Hoje (7), ela se reuniu com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, em Brasília, para tratar do assunto. A governadora informou ter apresentado ao ministro a mesma proposta que diz já ter discutido com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e com a Aeronáutica.Ana Júlia propõe que o aeroporto seja transferido para uma área de 400 mil metros quadrados no Distrito de Mosqueiro, a cerca de 70 quilômetros do centro de Belém. O governo do estado cederia esse terreno em troca da área da União, onde hoje funciona o aeroporto.Segundo a governadora, atualmente, além de sofrer restrições a sua expansão, uma vez que há muitas residências a sua volta, o aeroporto também cria um problema para o trânsito da cidade. De acordo com ela, as autoridades do setor aéreo concordam que a região central se tornou inadequada para o funcionamento do Júlio César.“Elas [autoridades] têm essa compreensão. Seja a Anac, seja a Aeronáutica ou a Infraero, todos têm a mesma opinião sobre a inadequação do atual aeroporto Júlio César em relação à cidade, que cresceu. Não queremos que aconteça o mesmo que ocorreu com o Aeroporto de Congonhas (em São Paulo), que a cidade estrangula”, afirmou a governadora à Agência Brasil.Administrado pela Infraero, o Júlio César abriga um aeroclube destinado à formação de pilotos civis. Também recebe algumas aeronaves de pequeno porte de transporte de passageiros. Segundo números divulgados por meio do site da estatal, a movimentação no local superou 11 mil vôos e quase 35 mil usuários. A cidade conta ainda com um aeroporto internacional por onde passaram, no ano passado, mais de 2 milhões de usuários.Segundo a governadora, a transferência do aeroporto de local não traria qualquer prejuízo à União ou à Infraero, que seguiria administrando o equipamento. Ela também afirmou que, na nova área, o equipamento seria ampliado, servindo de alternativa para as empresas regionais. “Não tenho dúvidas de que é a saída mais viável para todos.”

Por meio de sua assessoria, o Ministério da Defesa afirmou que vai estudar a proposta, discutindo-a também com a Aeronáutica e com a Infraero.