Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Um programa que permite a prática de esportes de aventura por pessoas comdeficiência vem sendo desenvolvido há cerca de dois anos, em São Paulo, pela organização não-governamental (ONG) AventuraEspecial. A ONG adaptou equipamentos e criou até mesmosinais para que as pessoas pudessem compreender os comandos de atividades como rafting (descida de rios comcorredeira em um bote inflável), tirolesa (travessia de um ponto a outro presopor uma corda), cavalgada e pára-quedismo. “Para uma pessoa cega que vai fazer o rafting, dá-se um toque no braçodireito e ela rema para a frente. Dois toques, e ela rema para trás”, explica oidealizador do projeto e presidente da ONG, Dadá Moreira, que tem ataxia,distúrbio que afeta a visão, a fala e os movimentos dos braços e pernas.Moreira citou ainda o colete salva-vidas feito para quem não consegue movimentar o corpo. “Se uma pessoatetraplégica cair na água, o próprio colete a gira para cima, paraque possa aguardar o resgate com segurança”, disse ele. Em parceria com o Ministério do Turismo, a Aventura Especialidentificou e está adaptando locais da cidade de Socorro, interior de SãoPaulo, para a prática de esportes de aventura no ar, na água e na terra, com oobjetivo de o município se tornar um modelo para o resto do país. De acordo como ministério, o convênio foi de R$ 418 mil. Segundo Moreira, o objetivo agora é adequar também ainfra-estrutura da cidade para a recepção de mais praticantes com limitações.“A gente criou um novo destino turístico”, disse Moreira. Segundo ele, o Brasil épioneiro na iniciativa de adequar condições para a prática de esporte deaventura para pessoas com deficientes, o que pode atrair mais turistasestrangeiros ao país. Moreira, que acompanha os Jogos Parapan-Americanos no Rio, afirmouque agora tem um novo desafio: montar uma equipe de remo para tentar incluir amodalidade na próxima competição.