Investimentos privados não garantem crescimento do setor energético, diz presidente da Eletrobrás

05/11/2003 - 18h09

Rio, 5/11/2003 (Agência Brasil - ABr) - É equivocada a expectativa de que os investimentos privados serão suficiente para alavancar o setor energético brasileiro e levá-lo de volta ao caminho do crescimento.

A afirmação foi feita nesta quarta-feira, nesta capital, pelo presidente da Eletrobrás, Luiz Pinguelli Rosa. Segundo ele, quem vai e pode alavancar até mesmo os investimentos privados é a própria Eletrobrás.

"Não é que não surgirão investimentos privados por iniciativa das próprias empresas. É claro que surgirão, mas não serão suficientes. Serão necessários, para fazer voltar a crescer a demanda de energia no país, investimentos da ordem de R$ 12 bilhões por ano. No momento há excedente de energia, mas vai chegar a hora da necessidade do crescimento da oferta".

Pinguelli afirmou que a Eletrobrás neste ano está investindo R$ 3,5 bilhões e investirá R$ 4,2 bilhões em 2004 – volume insuficiente para aumentar a oferta de energia. Ele lembrou que a holding controladora do sistema elétrico brasileiro não pode, por imposição e restrições da legislação, tomar dinheiro emprestado e investe, portanto, com recursos do próprio caixa da empresa.

Pinguelli disse que está "muito zangado" com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no caso de Tucuruí, que está protelando demais uma liberação de recursos da ordem de R$ 300 milhões e que está prejudicando o andamento da obra. "Veja bem! Não é má vontade do Lessa (Presidente do BNDES). É que a complexidade e a burocracia tornam qualquer operação com as estatais bastante complicada. E isto já está causando problemas com os nossos fornecedores e pode acabar atrasando o andamento do projeto".