Brasil fecha acordo de US$ 14 bi com o Fundo Monetário Internacional

05/11/2003 - 21h02

Gustavo Bernardes
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O Brasil fechou um novo acordo com o Fundo Monetário Internacional no valor de US$ 14 bilhões.. A assinatura, no entanto, deve ser feita somente em dezembro. Segundo o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, a nova negociação consiste em somar cerca de US$ 6 bilhões extras aos US$ 8 bilhões referentes à quinta e última parcela do acordo de US$ 30 bilhões firmado no ano passado. "Não queremos sacar os recursos. Queremos apenas garantir uma apólice de seguro", disse.

Para o ministro, a medida é vista como "preventiva", já que a economia brasileira começa a mostrar sinais de reaquecimento. O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, confirma as expectativas. Segundo ele, o governo pretende manter as atuais políticas macroeconômicas até restaurar a confiança do mercado. "Felizmente temos à frente um período de crescimento econômico", afirmou Palocci.

Os detalhes não estão plenamente definidos. Mas segundo Palocci, o objetivo do governo é manter as metas já acertadas com o Fundo Monetário Internacional em relação à inflação e às despesas do governo, e incluir termos que garantam mais recursos"de forma especial" para áreas sensíveis, como saneamento básico. Com a renegociação, o Brasil passa a estender o prazo do acordo e dos desembolsos até 2007.

Atualmente o acordo com o FMI prevê três desembolsos diferenciados: um de aproximadamente US$ 12 bilhões em 2005, outro de mais US$ 8 bilhões para 2006 e mais US$ 2,5 bilhões em 2007. "O que nós acordamos agora é que passaremos aproximadamente US$ 6,5 bilhões em 2005, US$ 8 bilhões em 2006 e US$ 8 bilhões em 2007", disse Palocci.

Apesar das mudanças, o governo já avisou: Não pretende renovar o acordo depois de 2007. "O governo brasileiro tem como objetivo, após a extensão desse acordo, deixar o fundo e não fazer um novo acordo".

Segundo o ministro Palocci, o Brasil vai deixar o fundo, mas não "abruptamente". Fará um "pouso suave" de modo a concluir a transição das negociações durante os próximos anos. "Não é adequado que países permaneçam em programas com o fundo por tempo ilimitado. Não é adequado, nem para o fundo, nem para o país".