São Paulo, 7/10/2003 (Agência Brasil - ABr) - A Eletrobrás prevê investimentos de R$ 4,2 bilhões para 2004, informou o presidente da estatal, Luiz Pinguelli Rosa. A maior parte desses recursos "próprios", serão destinados à geração de energia, disse Pinguelli Rosa, acrescentando que as obras de Itaipu, com a nova turbina, e a duplicação de Tucuruí serão continuadas. Do total, R$ 3,7 bilhões irão para o Grupo Eletrobrás e cerca de R$ 399 milhões para as empresas federalizadas.
Mesmo assim, defende maior autonomia para obter recursos e argumenta que tem como garantia o fato de "sermos credores de uma dívida na faixa de vinte bilhões de dólares, em vinte anos", referentes aos investimentos em Itaipu." Esse é um recebível magnífico, temos uma capacidade de endividamento para alavancar investimentos", disse.
Mas para isso acontecer, ressaltou, é necessário sair da regra do FMI, tem de sair dessa "besteirada toda que chamo de lixo neoliberal que sobrou, e que prende a Eletrobrás".
A proposta de fortalecer a empresa no mercado, anunciada ontem pela ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, na avaliação de Pinguelli, "dá fôlego para a Eletrobrás, como ocorre com a Petrobrás". O presidente da Eletrobrás participou em São Paulo de seminário sobre energia elétrica.
No caso dos investimentos dos consórcios integrados com empresas do Grupo Eletrobrás, que ficaram com quatro lotes de linhas de transmissão no leilão realizado em setembro, Pinguelli disse que a maior parte dos investimentos será financiada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), "de acordo com as regras do leilão".
Com a proposta que está sendo estudada pelo Governo Federal, de pulverizar o capital da Eletrobrás, com o lançamento de debêntures e a emissão de ações, Pinguelli avalia que seria " uma Eletrobrás com vitamina ", e poderia chegar até R$ 7,5 bilhões em investimentos, mas essa, disse, é " uma questão de governo".