Temer diz que impasse com a Bolívia será resolvido diplomaticamente

27/08/2013 - 19h26

André Richter
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O impasse criado com a operação de  retirada do senador Roger Pinto Molina da Embaixada do Brasil em La Paz será resolvido diplomaticamente, disse hoje (27) o vice-presidente Michel Temer, que elogiou o trabalho do ex-ministro das Relações Exteriores Antonio Patriota, demitido ontem (26). Ele participou, nesta tarde, da cerimônia de posse de oito membros do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Segundo o vice-presidente, os representantes do Brasil e da Bolívia vão buscar uma forma diplomática para solucionar o impasse. “Essas coisas são resolvidas diplomaticamente. Temos uma diplomacia muito eficiente no Brasil e uma diplomacia eficiente na Bolívia, de modo que os representantes diplomáticos solucionarão da melhor maneira o impasse que surgiu, digamos assim, acidentalmente.”

Temer elogiou o trabalho do ex-ministro Antonio Patriota, que ficou dois anos e oito meses no comando da diplomacia brasileira e agora será o novo representante do Brasil na Organização das Nações Unidas (ONU). “O ministro Patriota prestou relevantíssimos serviços ao governo e deixa uma marca extraordinária de trabalho.”

Sobre a questão jurídica envolvendo a concessão de novo asilo político ao senador Roger Pinto Molina, Temer disse que a questão será analisada pela Advocacia-Geral da União (AGU). “A  embaixada na Bolívia [onde o senador estava asilado] era território brasileiro e agora ele está em território brasileiro. É uma questão que certamente a AGU vai examinar, mas, em princípio, esse território é uma extensão do território estabelecido na embaixada na Bolívia", explicou o vice-presidente.

O senador Roger Pinto Molina, que faz oposição ao governo de Evo Morales, ficou asilado na representação diplomática brasileira em La Paz um ano e três meses. Pinto Molina deixou a Bolívia na sexta-feira (23) em um carro da embaixada, com a ajuda do encarregado de Negócios Eduardo Saboia e escolta de fuzileiros navais. Ele deixou o país sem salvo-conduto do governo boliviano.

Edição: Nádia Franco

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