Morales é recebido por multidão na Bolívia

04/07/2013 - 9h33

Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O presidente da Bolívia, Evo Morales, chegou ontem (3) à noite à cidade de El Alto, perto de La Paz, capital boliviana, e foi recebido por uma multidão de simpatizantes, aliados políticos, militares e representantes de organizações não governamentais. Ao descer do avião presidencial, que foi impedido de sobrevoar e aterrissar em quatro países europeus, Morales ouviu o lema das Forças Armadas bolivianas: “Pátria ou morte, venceremos”.

A reação da multidão foi uma resposta ao veto sofrido por Morales na Europa. Anteontem (2), o avião de Morales foi proibido de ingressar no espaço aéreo  de Portugal, da França, Itália e Espanha porque havia suspeitas de que o ex-agente norte-americano Edward Snowden estivesse a bordo. Os governos dos quatro países europeus impediram a passagem do avião.

Morales vinha da Rússia, onde participou, em Moscou, de reuniões técnicas sobre exploração e produção de gás e teve que esperar, por 13 horas, em solo austríaco, autorização para seguir viagem. O avião do presidente boliviano ficou parado em Viena.

Ontem à noite, a multidão ignorou o frio de 5 graus centígrados, levando cartazes, bandeiras e flores para aguardar a chegada de Morales. “Nunca vão nos intimidar porque somos um povo que tem dignidade e soberania”, disse o presidente emocionado. A proibição dos governos europeus mobilizou a União de Nações Sul-Americanas (Unasul,) que promove uma reunião extraordinária para discutir o assunto.

Snowden é acusado de espionagem nos Estados Unidos e está na Rússia à espera da concessão de asilo político. O ex-agente denunciou que os norte-americanos monitoravam e-mails e ligações telefônicas de cidadãos dentro e fora do país. O norte-americano pediu asilo a 21 países, inclusive ao Brasil.

Os presidentes Dilma Rousseff, Humala (Peru), Cristina Kirchner (Argentina), Mujica (Uruguai) e  Correa (Equador) prestaram solidariedade a Morales. Nas declarações, eles consideraram os atos dos governos europeus uma violação à América Latina.

*Com informações da agência pública de notícias da Bolívia, ABI

Edição: Graça Adjuto