Servidores do Itamaraty continuam parados até sexta-feira por discordar de proposta apresentada pelo governo

22/08/2012 - 21h24

Luciene Cruz
Repórter da Agência Brasil

Brasília – As negociações entre o governo federal e os funcionários do Itamaraty continuam sem acordo. Hoje (22), durante reunião no Ministério do Planejamento, representantes do governo ofereceram proposta de reajuste de 15,8%, dividido em três parcelas até 2015. O aumento é o mesmo oferecido a várias carreiras.

Segundo o consultor do Sindicato Nacional dos Servidores do Ministério das Relações Exteriores (Sinditamaraty), Marcos Torres, a principal reivindicação da categoria é que o governo transforme a remuneração recebida pelos servidores em subsídio. “Ficamos de fora de uma determinação de 2008 que previa que atividades exclusivas de Estado seriam remuneradas por subsídio, em vez de gratificações e adicionais”, explicou.

Torres destacou ainda que, enquanto essa questão não for definida, o entrave continua. Segundo ele, o secretário de Relações do Trabalho do Planejamento, Sérgio Mendonça, disse não estar com os dados disponíveis sobre o assunto. “O subsídio já ocorre na carreira de diplomata, mas queremos que atinja as três carreiras do órgão, que também abrange oficial de chancelaria e assistente de chancelaria. Primeiro queremos definir isso, depois vamos conversar sobre reajuste”, disse Torres.

Nos cálculos do sindicato, essa mudança na forma de pagamento “teria impacto de praticamente zero nas contas orçamentárias”. Uma nova reunião foi marcada com a categoria para a próxima sexta-feira (24). Até lá, a greve será mantida.

Os funcionários do Itamaraty paralisaram as atividades hoje. O ato foi um protesto pela categoria não ter sido chamada às mesas de negociação sobre reajuste salarial, na semana passada. É a segunda vez no ano que os funcionários do Itamaraty fazem uma paralisação. Na primeira, os servidores pararam de 18 de junho a 2 de julho e retornaram sob a promessa de que haveria diálogo com o governo.O Sinditamaraty informou que a paralisação afeta todos os serviços prestados pelo Itamaraty no Brasil e no exterior, incluindo a emissão de passaportes e vistos.

Edição: Lana Cristina