Bombeiros descartam possibilidade de sobreviventes nos escombros na Cinelândia

28/01/2012 - 13h22

Douglas Corrêa
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – As equipes de resgate do Grupamento de Buscas e Salvamento (GBS) do Corpo de Bombeiros, não trabalham mais com a hipótese de que haja sobreviventes sob os escombros dos três prédios que desabaram na Avenida 13 de Maio, na Cinelândia.

O secretário de Defesa Civil, Sérgio Simões, disse que depois das 48 horas de buscas, não acredita que haja sobreviventes nos escombros.

“Nas primeiras 48 horas toda a nossa ação foi na expectativa de encontrar sobreviventes e, a partir daí, e com todo o cuidado do mundo e por todo o respeito às famílias que naturalmente negam que as pessoas estejam mortas. Mas aqui profissionalmente a gente passou a desconsiderar a possibilidade de sobreviventes”.

O coronel Simões citou o terremoto no Haiti para demonstrar que nos prédios que desabaram na Cinelândia a característica de resgate é muito diferente do país africano. Segundo ele no Rio, não havia espaços vazios para que formassem bolsões e as pessoas fossem encontradas com vida.

“Quando a gente lembra as imagens do Haiti, por exemplo, em que sobreviventes foram encontrados muitas horas depois, essa era uma característica de desabamento que deixou muito espaço vazio e a possibilidade de sobrevivência era muito maior. Aqui a estrutura toda se compactou, seja pela sequência de lajes do prédio principal, ou pelo tombamento lateral da parte alta do mesmo prédio, que também provocou a ruptura em sequência das lajes dos outros prédios”.

Simões disse, ainda, que não foram encontrados corpos agrupados, mesmo no lugar onde 11 pessoas estariam reunidas num cursinho. Ele explicou que não foram encontrados corpos juntos em uma mesma área.

“A informação que nós tínhamos é que haveria pelo menos 11 pessoas nessa sala de aula. Então, quando nós chegamos no espaço da sala, nós imaginamos, agora vai acabar, porque está todo mundo aqui. Isso não aconteceu. O que eu imagino: as pessoas, por mais rápido que os prédios tenham desabado, houve desprendimento de reboco, e as pessoas naturalmente se dispersaram, tentando correr”.

 

Edição: Rivadavia Severo