Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Os 811 dirigentes do Partido Comunista de Cuba se reúnem hoje (28) e amanhã, em Havana, na 1ª Conferência Nacional do ano. O objetivo é aprofundar os debates sobre as mudanças na economia interna. O presidente cubano, Raúl Castro, defende o que chama de “mudança de mentalidade”. Foi a alternativa encontrada por ele para tentar driblar as dificuldades causadas por quase 50 anos de embargo econômico imposto pelos Estados Unidos.
Nos últimos dois anos, o governo Raúl Castro adotou uma série de medidas que abrem a economia do país, como o estímulo à demissão voluntária dos funcionários públicos, liberação de compra de automóveis e imóveis, além de permissão para atividades autônomas.
Às vésperas da 1ª Conferência Nacional, o presidente cubano enviou sua mensagem ao país: “Ou mudamos ou vamos desperdiçar os esforços de gerações inteiras”. Segundo ele, a única força política no país deve “mudar de mentalidade” ao denunciar a corrupção, a burocracia e a inércia, bem como retificar os “erros” do passado.
Também estará em debate a ampliação dos mandatos dos líderes partidários de dois anos para cinco. A mudança favorece, por exemplo, Raúl Castro que está com 80 anos e é o presidente da República, do Conselho de Ministros e primeiro-secretário do Partido Comunista cubano.
A média de idade elevada entre os dirigentes políticos em Cuba é um dos fatos que preocupa Raúl Castro. Dos 15 membros do comitê político, eleito em abril de 2011, apenas três têm menos de 65 anos. O Partido Comunista de Cuba tem mais de 800 mil integrantes. É a única força política do país com pouco mais de 11 milhões de habitantes.
Na segunda-feira (30), a presidenta Dilma Rousseff e uma comitiva de ministros seguem para Havana, em Cuba, onde ficam até terça-feira. O objetivo da visita, segundo assessores que organizam a viagem, é intensificar as parcerias entre Cuba e Brasil e apoiar as mudanças em curso no país.
Edição: Rivadavia Severo