Brasil precisa conhecer melhor mercado chinês para ampliar parceria com país asiático, dizem especialistas

24/11/2011 - 16h25

Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A China pode oferecer várias oportunidades de negócios para o Brasil, de acordo com especialistas que participaram hoje (24) do painel Brasil-China na 2ª Conferência do Desenvolvimento, organizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Para o economista do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) Fernando Pimentel Puga, os dois países são complementares em vários setores como o de siderurgia e de alimentos. “O grande motor do crescimento na China é o investimento em infraestrutura. Neste momento, o Brasil é um parceiro de importância crucial, pois somos fornecedores de minério de ferro. Somos fornecedores importantes para a construção e para todo o setor de infraestrutura”, disse.

“A questão alimentar é essencial [já que a China tem poucas terras para a agricultura]. Esse é sempre um fator de bem-estar da população. A dona de casa está interessada no preço dos alimentos. O Brasil é uma grande fronteira agrícola”, acrescentou.

Para o consultor de negócios da Petrobras, Alexandre Palhano Corrêa, outro setor importante na parceria estratégica entre os dois países é o de energia, como é o caso do petróleo, cuja produção está estagnada na China. “A China aumenta a importação [de petróleo] em média para 400 mil barris por ano e sua produção doméstica está estagnada. Para o Brasil, a tendência é que aumentem as importações e é natural que boa parte delas sejam voltadas para a China”, analisou.

Corrêa disse ainda que o Brasil precisa ter mais conhecimento sobre o mercado chinês e suas peculiaridades, pois a China tem uma estratégia para o Brasil, mas o Brasil não tem uma para a China. “Houve um crescimento exponencial da relação sino-brasileira e o Brasil precisa crescer muito ainda do ponto de vista institucional para lidar com esse desafio. Também é preciso ter brasileiros estudando China, pois a quantidade de estudiosos sobre a China no Brasil ainda é incipiente”, disse.

A 2ª Conferência do Desenvolvimento segue até sexta-feira (25).

Edição: Lana Cristina