Maior divulgação e medidas de incentivo impulsionaram vendas de títulos a pessoas físicas pela internet

21/06/2011 - 18h47

Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A maior divulgação e os incentivos concedidos recentemente pelo Tesouro Nacional foram os principais responsáveis pelo recorde de vendas de títulos públicos a pessoas físicas pela internet, afirmou hoje (21) o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Fernando Garrido. Segundo ele, o Tesouro Direto, programa de venda de papéis a pessoas físicas, está ensinando o brasileiro a investir no longo prazo.

No mês passado, o Tesouro Direto bateu recorde tanto em relação ao volume de vendas como no número de novos investidores. Em maio, R$ 360,91 milhões foram vendidos e 10.088 participantes aderiram ao programa.

Na avaliação de Garrido, a parceria com a Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa) na divulgação do programa está estimulando o interesse dos investidores. Ele também citou uma medida tomada no início do ano que reduziu os custos para as corretoras e os agentes de custódia que administram os títulos do Tesouro Direto comprados pelas pessoas físicas. “Essas medidas têm proporcionado um aumento expressivo da demanda.”

No mês passado, os títulos mais procurados pelos investidores foram os corrigidos pela inflação, que responderam por 56% das vendas. Segundo o coordenador, essa procura elevada em maio não tem relação direta com a alta da inflação nos primeiros meses do ano, mas faz parte de um comportamento típico dos aplicadores.

“Em maio, houve um vencimento elevado de títulos indexados à inflação. Nessas ocasiões, é normal os investidores renovarem as aplicações e recomprarem os papéis, o que eleva o volume de vendas”, explicou o coordenador.

O Tesouro Direto foi criado em janeiro de 2002 para popularizar esse tipo de aplicação e permitir que pessoas físicas pudessem adquirir títulos públicos diretamente pela internet, sem a intermediação de agentes financeiros. O aplicador só tem que pagar uma taxa a corretora que ficará com a custódia dos títulos. Atualmente, o programa tem cerca de 246 mil pessoas físicas cadastradas.

A venda de títulos é uma das formas que o governo tem para captar recursos para pagar dívidas e honrar compromissos. Em troca, compromete-se a devolver o valor com um adicional, que pode variar de acordo com a taxa Selic, índices de inflação, câmbio ou uma taxa definida antecipadamente.

Edição: João Carlos Rodrigues