Comunidades pacificadas do Rio terão armas não letais para reprimir pequenos conflitos

23/05/2011 - 20h58

Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – Os policiais militares que trabalham nas 17 unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) das comunidades do Rio passarão a usar preferencialmente armamentos não letais. Os novos dispositivos de segurança, que incluem 315 pistolas que liberam descarga elétrica elétrico, bombas de efeito moral, spray de pimenta e carabinas que disparam balas de borracha, foram demonstrados hoje (23). O coronel Robson Rodrigues da Silva, comandante-geral das UPPs, disse que o objetivo é atuar em pequenos conflitos dentro das comunidades.

“Isso tem uma importância prática, que são os equipamentos de menor letalidade, e condiz com a política de segurança pública de redução da violência. Tem um efeito psicológico muito grande, porque mostra a vontade que a polícia tem de transformar toda uma ação de um passado repressivo em uma ação pacífica de proximidade.”

O comandante das UPPs afirmou que estão sendo investidos cerca de R$ 3 milhões, verbas do governo federal, para equipar e treinar os 3,3 mil policiais que trabalham nas comunidades pacificadas. Na maior parte do tempo, a ação policial nessas favelas são de mediação de conflitos pessoais, como brigas de família ou de vizinhos, que não demandam ação violenta.

O coronel garantiu que os traficantes não estão retomando o espaço da polícia das UPPs, apesar de alguns sinais, como a volta do chamado foguetório, que, no passado recente, alertava sobre a presença da polícia ou a chegada de carregamentos de drogas e demonstrava o domínio dos criminosos. Ele reconheceu que o tráfico não acabou nessas favelas, mas disse que os criminosos não ostentam mais armamentos.

“Aquele traficante armado e empoderado, que impunha medo e tirania nessas comunidades, não há mais. O tráfico vai continuar aqui, em Berlim, em Veneza, em qualquer lugar do mundo. A forma como era aqui é que não vai haver mais.”

 

Edição: Aécio Amado