Governo da Síria promete reformas, depois de mais um dia de protestos

24/03/2011 - 17h26

BBC Brasil

Brasília - Em mais um dia de protestos contra o governo na Síria, a conselheira presidencial, Buthaina Shaaban, afirmou hoje (24) que as autoridades do país estudam adotar reformas, inclusive a suspensão do Estado de Emergência que vigora desde 1963. A conselheira fala em nome do presidente da Síria, Bashar Al Assad.

Shaaban, em entrevista coletiva concedida hoje, disse ainda que o governo também cogita legalizar partidos políticos e adotar medidas para melhor o nível de vida da população. A iniciativa ocorre no momento em que milhares de manifestantes protestam contra o governo na cidade de Deraa, no Sul do país.

As novas manifestações ocorreram durante o funeral de dez pessoas que morreram ontem (23) em confrontos com forças de segurança na cidade. Há relatos de que cerca de 20 mil pessoas compareceram aos funerais e de que houve prisões em massa. O governo isolou a cidade para conter os protestos.

Os ativistas políticos usaram sites de redes sociais para convocar uma outra grande manifestação para amanhã (25). Segundo analistas, a onda de protestos em Deraa é um dos maiores desafios enfrentados pelo governo do presidetne Assad desde que ele assumiu o governo, no ano 2000.

A crise começou quando moradores de Deraa protestaram contra a prisão de 15 crianças por aparentemente terem escrito frases contra o governo em um muro. Anteontem (22), as Forças de Segurança invadiram uma mesquita, alegando que estava sendo usada por gangues para estocar armas.

Em um comunicado, o governo disse que na mesquita havia “crianças sequestradas que estariam sendo usadas como escudos humanos”. Centenas de pessoas se reuniram na mesquita para impedir a invasão. Os choques com forças de segurança aumentaram com o cair da tarde, após a chegada de mais pessoas de vilas próximas que foram a Deraa participar dos protestos.