Da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Atletas e ex-atletas fizeram hoje (9) um ato simbólico para pedir a reforma e reabertura do Estádio de Atletismo Célio de Barros, localizado no Complexo Maracanã, na zona norte da capital fluminense. O estádio foi fechado há um ano e iria ser transformado em um estacionamento do Estádio Jornalista Mário Filho, o Maracanã.
Na ação, chamada Sem-Teto do Atletismo Rumo às Olimpíadas de 2016, os manifestantes colaram cartazes e faixas na grade lateral do Estádio de Atletismo e fizeram um treino leve na ciclovia em volta do Complexo Maracanã como forma de protesto. Após o fechamento do centro de treinamento, os alunos e atletas passaram a treinar na Quinta da Boa Vista, no Estádio Olímpico João Havelange (Engenhão), e em torno do Maracanã, todos na zona norte da cidade. O transporte dos atletas está sendo feito por ônibus públicos.
O representante do Comitê Popular da Copa e das Olimpíadas do Rio de Janeiro, Renato Cosentino, disse que serão necessárias muitas obras de reforma para que o Célio de Barros volte a ser usado. É preciso reconstruir a pista de corrida e fazer a manutenção dos equipamentos.
“O Célio de Barros é um símbolo do atletismo nacional. Já passou um ano e os atletas continuam sem lugar para treinar. Estamos em um país que vai sediar as Olimpíadas, e os atletas olímpicos, promessas olímpicas, não têm um lugar para treinar no Rio de Janeiro. O Célio de Barros é o único estádio de atletismo do estado que suporta todas as modalidades do esporte”, disse Cosentino.
Ele conta que alguns atletas do Célio de Barros e do Parque Aquático Júlio Delamare – localizado no Complexo Maracanã e que ficou sete meses fechado – estão treinando por conta própria em diferentes lugares do mundo. “Depois que fecharam o local de treinamento do César Castro [atleta de saltos ornamentais], ele foi treinar no Canadá. Agora ele está treinando nos Estados Unidos. É um atleta olímpico que se preparava para a quarta olimpíada, a primeira no Rio de Janeiro, e está treinando nos Estados Unidos para vir disputar os Jogos Olímpicos aqui. Para todas as outras olimpíadas, ele se preparou no Julio Delamare”, concluiu Cosentino.
O atleta e estudante Nathan Levy, de 15 anos, disse que, depois que o Célio de Barros foi fechado, ficou muito difícil a locomoção para o fazer o treinamento, devido à distância. O atleta mora em Santa Teresa, na região central da cidade, estuda em Madureira, na zona norte, e treina na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e no Engenhão, ambos na zona norte.
“Antes eu levava dez minutos da UFRJ para o Célio de Barros, agora, levo uma hora. Era o melhor centro de treinamento que tinha aqui no Rio. Não era só a gente que vinha, outras equipes vinham treinar aqui. As competições eram aqui, os treinamentos eram aqui. Todo mundo evoluía junto. Quando íamos para uma competição fora, conseguíamos nos destacar”, disse Levy, cujo sonho é participar das Olimpíadas de 2016.
Em nota, o governo do estado informou que ajustou o contrato de concessão com a Concessionária Maracanã S/A, na segunda-feira (6), para obrigar a empresa a reformar o Estádio Célio de Barros.
Edição: Talita Cavalcante
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