Danilo Macedo
Enviado especial à África do Sul
Pretória - A estimativa das autoridades sul-africanas é que cerca de 60 mil pessoas tenham visitado o caixão com o corpo de Nelson Mandela até o fim do dia de hoje (13). A visitação pública teve início na quarta-feira, no Union Buildings, o Palácio do Governo. Para não perder a oportunidade, muitas pessoas madrugaram para enfrentar cedo a fila quilométrica até chegar aos restos mortais do ícone da luta contra o apartheid.
Uma dela é Johannes Joodt, de 54 anos. Ele disse que entrou na fila ontem às 9h30, mas não conseguiu chegar até o corpo. Hoje, chegou às 6h30, com um pôster de Mandela, para dar o adeus ao líder sul-africano. "Preciso falar descanse em paz no meu coração, Madiba", disse à Agência Brasil.
Com vestes simples, pano na cabeça e garrafa de líquido para aguentar o calor, Catherine Muná trouxe as duas filhas para a despedida. Às 13h do horário local (9h do horário de Brasília), ela estava feliz por ter cumprido sua missão. "Vá e descanse em paz, Madiba", disse ela ao passar ao lado do caixão, chamando Mandela por um de seus apelidos carinhosos, relacionado ao clã de sua família.
Zahra Hassan, natural do Sudão do Sul e residente em Pretória, onde trabalha na embaixada de seu pais, fez hoje a terceira tentativa para ver Mandela pela última vez. Com receio de não ter sucesso mais uma vez, hoje ela veio com o passe VIP, fornecido pela embaixada.
Infelizmente, mesmo enfrentando horas de filas, é provável que nem todos que estejam firmes esperando consigam se despedir e agradecer Mandela ao lado de seu caixão. Assim como nos dias anteriores, o funeral deve ser encerrado por volta das 17h30.
Depois, o caixão poderá ser visto apenas amanhã, a mais de 900 quilômetros de Pretória, no caminho que fará do aeroporto próximo ao vilarejo de Qunu, onde Mandela nasceu e passou sua infância, até o local onde será enterrado.
Edição: José Romildo
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