Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A morte do líder sul-africano Nelson Mandela foi lembrada hoje (6), durante abertura de audiência pública para debater o papel dos meios de comunicação e do Estado na garantia da liberdade religiosa e de consciência. O debate é organizado pelo Ministério Público Federal no Rio.
O procurador regional Jaime Mitropoulos, que atua na área de defesa aos direitos do cidadão, abriu a audiência citando declaração de Mandela em defesa dos direitos humanos: "Ser livre não é apenas abandonar as próprias correntes, mas viver de uma forma que respeite e aumente a liberdade dos outros."
Participa da audiência o babalaô Ivanir dos Santos, do Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (Ceap), que atua na defesa da liberdade religiosa. Ele relembrou o diálogo de Mandela com a sociedade em situações adversas e na defesa de direitos iguais para a população negra e branca.
"Ele representa sabedoria africana, não uma sabedoria voltada à imposição, violência, humilhação. Ele pensou na coletividade. Isso é uma marca", disse. "Vai continuar nos inspirando na luta por liberdade e igualdade”, completou.
Ivanir ainda lembrou que o movimento negro brasileiro foi uma das instituições que lutaram para denunciar o regime de segregação entre negros e brancos na África do Sul e a prisão de Mandela. "Fomos um dos poucos a falar sobre isso aqui."
Mandiba, como Mandela é carinhosamente chamado, ficou preso por 27 anos, até o fim do regime de apartheid em seu país. Em 1993, recebeu o Prêmio Nobel da Paz, antes se tornar presidente da África do Sul.
Edição: Talita Cavalcante
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