Flávia Villela
Repórter da Agência Brasil
Rio de janeiro – A confiança do setor do comércio recuou 3,1% em novembro na comparação com mesmo período do ano passado, a quarta queda seguida na comparação anual, de acordo com o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), divulgado hoje (5) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
O estudo indica que a queda foi provocada, principalmente, pelo recuo de 10,4% na percepção dos empresários sobre as condições atuais em relação ao estado geral da economia. Com esta queda anual, o índice de condições atuais (Iceac) se manteve abaixo do nível de indiferença (100 pontos) pelo quinto mês seguido. A percepção das condições econômicas ainda neste índice registrou queda de 18,5%, a segunda maior em toda a série histórica da pesquisa. Para 62,4% dos entrevistados houve piora em relação ao mesmo período do ano passado.
O estudo mostra também que o Norte (104,4 pontos) e Nordeste (102,2 pontos) são as únicas áreas pesquisadas que ainda apresentam mais avaliações positivas do que negativas, na comparação anual, apesar das quedas de 4,3% e 9,9%. As regiões com volume de vendas do varejo, medido pela pesquisa mensal de comércio do IBGE (PMC), tem crescido acima da média nacional.
O índice que mede as expectativas (Ieec) recuou -0,6%, influenciado pela deterioração do otimismo em relação às condições econômicas gerais. Já as perspectivas para as empresas do comércio e para o setor como um todo têm se mantido estáveis ao longo do segundo semestre, após registrar quedas na primeira metade do ano, quando o volume de vendas do varejo registrou o menor crescimento em uma década.
As intenções de investimento do setor do comércio também caíram 0,1%. Dois em cada três empresários pretendem aumentar o quadro de funcionários das suas empresas, segundo a pesquisa. A enquete atribuiu a necessidade de novas contratações à retomada gradual do ritmo das vendas do comércio. De acordo com a CNC, a avaliação dos estoques reagiu positivamente pela primeira vez em sete meses, com avanço de 1,5% na propensão à realização de investimento em estoques. A parcela de empresários que percebe o nível atual de estoques acima do adequado recuou de 20,3% em outubro para 19% em novembro.
Em relação a outubro de 2013, houve recuo de 0,6%, a primeira queda em quatro meses. De acordo com o CNC, o resultado contraria as expectativas para novembro, um mês que tipicamente apresenta aumento na confiança do setor.
Edição: José Romildo
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