Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo- Apesar da Justiça paulista ter determinado ontem (4) a desocupação imediata do prédio da administração da Universidade de São Paulo (USP), no campus da Cidade Universitária, no bairro do Butantã, na zona oeste da cidade de São Paulo, um grupo de alunos mantinha na manhã de hoje (5) a ocupação iniciada no último dia 1º de outubro.
Ao analisar o pedido da reitoria da USP de reintegração de posse, o desembargador Xavier de Aquino classificou como “extremamente grave” o comportamento dos alunos durante o processo de ocupação pelos danos causados ao patrimônio e também pelos prejuízos aos alunos que desejam seguir com suas atividades acadêmicas.
“Trata-se de caso extremamente grave que vem atrapalhando o bom andamento da Universidade de São Paulo, uma vez que seus agentes estão sendo obrigados a despachar em outro endereço dentro do campus, pois existem alunos ordeiros que não pertencem a este grupo, e pretendem ter continuidade nos seus dias letivos”, afirmou o desembargador em despacho.
Para o diretor do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Gustavo Rego “esta decisão nos surpreendeu porque estamos no meio de um processo de negociação, e até em razão de termos fechado um acordo no último dia 31 com algumas conquistas, já tínhamos um indicativo de saída pacífica”.Ele informou que haverá uma assembleia amanhã (6) às 18 h para ratificar o acordo.
O líder estudantil também demonstrou a expectativa de que até lá não haja mobilização de policiais para a retirada forçada dos alunos. O principal motivo para a ocupação foi o de pressionar o governo paulista a mudar o processo de escolha dos cargos de reitor, de vice e de diretores de unidades com a implantação de eleições diretas.
Segundo Gustavo o DCE irá defender na assembleia de amanhã (6) que esta luta poderá ser retomada durante o congresso de alunos, professores e servidores em geral da USP, marcado para a 1ª quinzena de maio de 2014.
Por meio de nota publicada em sua página na Internet, o DCE manifestou repúdio à decisão judicial, lembrando que por duas vezes a Justiça negou o pedido de reintegração de posse feito pela reitoria.No comunicado a entidade afirmou que caso a disposição da reitoria e da Justiça não seja a de esperar a decisão da assembleia amanhã (6) usando de retirada forçada, “os estudantes não titubearão em resistir ao que será mais uma demonstração de truculência e autoritarismo por parte da reitoria e do governo do Estado”.
Edição: Valéria Aguiar
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Estudantes e direção da USP negociam desocupação da reitoria