Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – Estudantes e representantes da Universidade de São Paulo (USP) iniciaram hoje (21) as negociações para desocupação pacífica da reitoria.
Na última terça-feira (15), o desembargador José Luiz Germano, da 2ª Câmara de Direito Público do TJSP, concedeu prazo de 60 dias para os estudantes deixarem o local voluntariamente. “Esse tempo pode servir para que as partes negociem, dialoguem e cheguem a um entendimento, sob pena, aí sim, de ser feita a desocupação forçada, caso os ocupantes não saiam voluntariamente do edifício”, disse o desembargador.
A assessoria da USP informou à Agência Brasil que hoje foram discutidos três pontos: o calendário acadêmico (reposição das aulas e reajuste do semestre); o pedido para que não haja punições criminais ou administrativas aos estudantes envolvidos no movimento e a religação da água e da luz no prédio, ocupado desde o dia 1º deste mês – o fornecimento foi cortado a pedido da reitoria. Segundo a USP, esses assuntos agora serão avaliados por uma comissão que se reunirá quarta-feira (23), a partir das 16h, com os estudantes.
O Diretório Central dos Estudantes (DCE-Livre) informou à Agência Brasil que os alunos pediram também a reformulação do estatuto da USP, que o semestre não seja cancelado e um acordo para acertar a reposição das aulas perdidas por causa da greve dos alunos. Segundo a diretoria do DCE, a comissão montada pela USP para a negociação comprometeu-se a atender esse item da pauta.
A reitoria está ocupada por estudantes desde o início deste mês, que defendem eleições diretas para reitor, votação paritária entre as três categorias (alunos, funcionários e professores) e fim da lista tríplice, na qual o governador do estado escolhe o mais votado para reitor.
Amanhã (22), o DCE pretende fazer um "arrastão" na USP, chamando os estudantes para uma manifestação que terá como destino a Avenida Paulista. O ato terá início por volta das 13h.
Edição: Nádia Franco
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