Da Agência Brasil
Rio de Janeiro – Inaugurado por dom João VI, em 12 de outubro de 1813, na Praça Tiradentes, centro do Rio, o Teatro João Caetano coleciona há 200 anos grandes momentos históricos e artísticos do Brasil, como a assinatura da Constituição de 1824. O primeiro nome que a casa recebeu foi Real Theatro São João, em homenagem ao príncipe regente, que buscava um local de encontros sociais da Família Real e da corte portuguesa.
Neste fim de semana, o teatro comemora o bicentenário com uma programação especial, com dança, música e exposições. Hoje (12) e amanhã (13), haverá apresentações gratuitas da Companhia de Dança Deborah Colker com o espetáculo Nó. A Orquestra Sinfônica e o Coro de Câmara da Escola de Música Villa-Lobos, a Banda Sinfônica do Corpo de Bombeiros Militar do Rio de Janeiro também se apresentam neste sábado.
O Teatro João Caetano, com capacidade de receber mil espectadores, passou por muitas mudanças ao longo de seus 200 anos. O cenógrafo José Dias contou que o teatro, por exemplo, passou por reformas e teve vários nomes. "A arquitetura dele sofreu várias modificações e reformas. Além disso, o teatro teve vários nomes. Em 1824, passou a ser chamado de Theatro Inconstitucional; em 1826, Theatro São Pedro de Alcântara; em 1831, foi chamado Theatro Constitucional Fluminense; depois de 1839 passa a ser Theatro São Pedro de Alcântara, e a partir de 1923 então, que ele passa a ser chamado de Teatro João Caetano, em homenagem ao grande ator, João Cateano", disse o autor do livro Teatros do Rio - do Século 18 ao Século 20.
As mudanças na arquitetura ocorreram principalmente por causa de três grandes incêndios que atingiram o teatro em 1824, 1851 e 1856. O mais famoso foi o de 1824, logo após a assinatura da Constituição de 1824, minutos depois da saída de dom Pedro I do local.
"O interessante é que o prédio foi edificado com uns blocos de pedra de uma fortaleza que era destinada a construção do Edifício da Sé, que era a Catedral da Sé, e essa pedra tinha sido lançada no século 18, em 1749. Como a obra nunca foi concluída, a pedra que foi da catedral para o teatro, e o povo supersticioso atribuiu esses três incêndios a um castigo divino", contou José Dias.
Dias destaca a importância do teatro para a cultura nacional. "Ele tem uma trajetória histórica. É um teatro que tem uma volumetria, uma arquitetura, e hoje em dia os teatros perderam essa referência arquitetônica. O Teatro João Caetano tem uma trajetória de vida, de cultura. Muitos artistas passaram por este espaço, que é mágico até hoje. Atendeu a várias e várias gerações de artistas consagrados", avaliou.
A programação completa da celebração dos 200 anos do Teatro João Caetano está disponível na página do teatro na internet.
Edição: Carolina Pimentel
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