Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – A ocupação do complexo de favelas do Lins, na zona norte do Rio, ocorreu hoje (6) sem confrontos para a instalação das 35ª e 36ª Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). A região é formada por 12 comunidades e tem pouco mais de 15 mil habitantes.
A operação começou nas primeiras horas da manhã e contou com efetivo de 370 homens do Batalhão de Operações Especiais (Bope), do Batalhão de Choque e policiais da Corregedoria Interna da Polícia Militar (PM). A Polícia Rodoviária Federal (PRF) deu apoio com 120 agentes. A ação também teve a colaboração dos Fuzileiros Navais da Marinha, que empregaram 180 militares e 14 veículos blindados. A Polícia Civil atuou com 340 agentes e 31 delegados.
O complexo do Lins é formado pelas seguintes comunidades: Cachoeirinha, Cotia, Bacia, Encontro, Amor, Cachoeira Grande, Nossa Senhora da Guia, Dona Francisca, Árvores Seca, Barro Preto, Barro Vermelho, Vila Cabuçu e Santa Teresinha, além do bairro Camarista Méier, onde residem cerca de 4.850 pessoas.
Apesar da ocupação policial, os moradores demonstravam tranquilidade e o comércio permaneceu aberto. O presidente da Associação de Moradores do Bairro Santa Teresinha, Sérgio Sobral, cobrou melhorias sociais a partir de agora. “Independentemente da ocupação, que venha a UPP social, com obras de saneamento e melhorias no abastecimento de água. Também precisamos de um posto de saúde na comunidade, pois quando os moradores precisam de atendimento médico, têm que se deslocar até os bairros próximos, o que é difícil, principalmente para os idosos”, disse Sobral.
O relações públicas da PM, coronel Cláudio Costa, comemorou o resultado da operação. “Foi mais uma ação de muito sucesso e esperamos por um fim ao que vinha afligindo a comunidade. A gente pede que as pessoas colaborem [nas revistas]. A comunidade vinha pedindo a implementação de uma UPP aqui nesta região. Nós vamos viver um novo momento nessas comunidades”, disse Costa.
O relações públicas comentou os efeitos que o sumiço do pedreiro Amarildo de Souza, desaparecido desde o dia 14 de julho, na Favela da Rocinha, pode ter sobre a nova UPP: “Isso não põe em xeque o programa de polícia pacificadora. É claro que a polícia vai estar sempre atuando no sentido de verificar qualquer irregularidade e quem cometer excessos será punido. O caso Amarildo foi algo isolado e a PM usa tudo como aprendizado”.
As bandeiras do Brasil e do Estado do Rio de Janeiro foram hasteadas às 10h10 na comunidade da Cachoeira Grande, representando a retomada oficial do território.
Edição: Fábio Massalli
Todo o conteúdo deste site está publicado sob a Licença Creative Commons Atribuição 3.0 Brasil. Para reproduzir as matérias é necessário apenas dar crédito à Agência Brasil