Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – A 2ª Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental volta este mês para a capital paulista para discutir temas envolvendo a relação do homem e o ambiente em que vive. Desta vez, além da capital por onde havia passado em maio último, o evento segue em itinerância por 16 municípios paulistas abordando sete temas: água, cidades, contaminação, economia, globalização, mobilização e povos e lugares.
Participam do circuito as cidades de Osasco, Santo André, São Caetano, Santos, Cubatão, Bertioga, Bauru, Campinas, Piracicaba, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, São Carlos, São José dos Campos, São José do Rio Preto, Sorocaba, Taubaté e em seis unidades do Serviço Social do Comércio (Sesc) na capital paulista (Belenzinho, Carmo, Interlagos, Ipiranga, Itaquera, Pinheiros e Vila Mariana), além de escolas.
“A mostra foi criada em 2012 com o objetivo de chamar a atenção da população para questões envolvendo sustentabilidade, cidadania, governança, participação e políticas públicas. Identificamos que havia uma grande produção mundial com temáticas ambientais, não somente de documentários, presentes em diversos festivais mundiais e que não chegavam ao Brasil. Foi aí que começamos a desenvolver a mostra”, disse Chico Guariba, diretor do evento, em entrevista à Agência Brasil.
Segundo Guariba, a importância do festival está principalmente no fato de discutir temas da atualidade. “A mostra traz temáticas e questões que são de interesse geral da população. Ela é muito importante para o debate sobre o que está acontecendo no planeta”.
Entre os filmes que serão exibidos estão Rios Perdidos, de Caroline Bâcle, que questiona a poluição dos rios e o fato de muitos rios urbanos terem sido canalizados ou enterrados e fundidos às redes de esgoto; Petróleo, o Grande Vício, de Josh Tickell e Rebecca Harrell, que conta a história do pior vazamento de petróleo da história, no Golfo do México, em 2010; Trashed, para Onde vai o Nosso Lixo?, de Candida Brady e com o ator Jeremy Irons, que trata sobre os riscos causados pelo lixo e os riscos à saúde; e Amargas Sementes, de Micha X. Peled, que aborda a agricultura geneticamente modificada [transgênica]. Também serão exibidos os filmes infantis A Baleia, que conta a história de uma baleia selvagem que tenta fazer amizade com pessoas e Animais Unidos Jamais Serão Vencidos, uma animação sobre um grupo de animais que se unem contra uma barragem.
“Todos os temas trazem novidades e informação de extrema qualidade. Uma das novidades é o fato de podermos discutir filmes com a temática de cidades. Na primeira mostra [Ecofalante] não encontramos, em nossa pesquisa, filmes que discutiam essa questão sobre o meio ambiente urbano e desde o início achávamos isso muito importante. O meio ambiente não está mais associado somente a florestas, desmatamento ou a questões relacionados a índios. Ele está totalmente integrado à maneira como a gente vive. E vivemos principalmente nas cidades. No estado de São Paulo, 96% da população mora em cidades. No Brasil, são mais de 80%. No mundo, passou de 50%. E são nas cidades que sofremos os problemas de contaminação, de transporte, de stress, de níveis de calor e de rios poluídos”, disse Guariba.
Além da exibição de filmes de diversos países, também ocorrerão 11 debates sobre os temas, alguns deles feitos em universidades. “Estamos levando esses debates de maneira a atualizar os professores e levar informação de qualidade aos alunos”, disse Guariba.
A programação da mostra é gratuita. Mais informações podem ser obtidas no site http://www.ecofalante.org.br.
Edição: Fábio Massalli
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