Nova York - A Alemanha está pronta para fornecer ajuda financeira e técnica à eliminação de armas químicas sírias, informou hoje (28), em Nova York, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Guido Westerwelle. “Essas armas devem ser totalmente destruídas seguindo um calendário rigoroso”, disse ele na Assembleia Geral da ONU, sem especificar valores e o tipo de ajuda que podem ser disponibilizados pelas autoridades de Berlim. Para o chanceler, o uso de armas químicas é um crime contra a civilização.
Mesmo com a resolução aprovada nessa sexta-feira (27) pelo Conselho de Segurança da ONU, que força o regime de Damasco a destruir cerca de 1.000 toneladas de armas químicas em menos de um ano, o ministro alemão frisou que os sírios “vão continuar a ser mortos diariamente por armas convencionais”. Westerwelle pediu uma “solução política” para a crise síria e destacou o anúncio das Nações Unidas sobre a possível convocação, em novembro, de uma conferência de paz “cujos detalhes ainda precisam ser mais claramente expostos”.
Ele demonstrou otimismo após o novo presidente iraniano, Hassan Rohani, e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Mohammad Javad Zarif, darem sinais de que querem negociar com o Ocidente. Segundo o chanceler, a conversa dos iranianos com representantes do Ocidente “foram encorajadoras", mas adiantou ser necessário ainda reconstruir a confiança. “O Irã deve tirar todas as dúvidas da comunidade internacional sobre a natureza exclusivamente pacífica do seu programa nuclear", disse.
A Alemanha faz parte do grupo que inclui mais cinco membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas (Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido) e participa das negociações regulares com Teerã sobre as questões nucleares. “O país está disponível para conduzir as negociações de forma construtiva, mas a nova retórica proveniente de Teerã deve ser posta em prática", destacou.
A comunidade ocidental suspeita da natureza do programa nuclear iraniano, acreditando que Teerã tem ambições bélicas e pretende adquirir armas atômicas. O regime iraniano nega.
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