Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A Fundação do Câncer firmou esta semana com a prefeitura de Macaé um convênio para elaboração do Plano de Atenção Oncológica local. A fundação também é parceira do Instituto Nacional de Câncer (Inca), do Ministério da Saúde.
De acordo com o convênio, a fundação terá prazo de até 120 dias para apresentar um plano de trabalho para o município de Macaé na área da atenção ao paciente com câncer. A etapa seguinte engloba o estabelecimento de um programa de ensino voltado para profissionais de saúde, com foco em atenção oncológica.
Conforme avaliou hoje (25), em entrevista à Agência Brasil, o presidente do Conselho de Curadores da Fundação do Câncer e ex-presidente do Inca, Marcos Fernando de Oliveira Moraes, o convênio é uma maneira de organizar o atendimento ao paciente com câncer começando pelo diagnóstico precoce e evitando fatores de risco, que envolvem alimentação, falta de atividade física e hábitos prejudiciais à saúde, como cigarro e bebida, entre outros.
Ex-representante da Organização Mundial da Saúde (OMS) para Programas Nacionais de Controle do Câncer, o oncologista informou que a Fundação do Câncer está concluindo um levantamento do programa de câncer em todo o território fluminense, visando a sua implantação a partir de janeiro de 2014. “A gente tem um mapa das facilidades e das dificuldades da atenção ao paciente com câncer. Vamos ter o retrato do estado do Rio na atenção ao câncer”, disse. “Tendo o retrato, a gente sabe o que precisa ser feito para corrigir o que não está bom”. O levantamento está sendo feito com apoio de técnicos do Inca.
Moraes enfatizou que como 85% dos cânceres resultam do estilo de vida, o programa vai incluir um projeto de saúde nas escolas com o objetivo de ensinar hábitos saudáveis desde a fase de alfabetização da criança. “Você padroniza todas as ações. Primeiro, diminuir os fatores de risco; depois, o diagnóstico precoce. Em seguida, organiza o tratamento, o acompanhamento dos doentes que foram tratados. Os que não conseguiram ficar bom da doença, que tenham assistência até a morte, com muito cuidado, amparando a família, levando essa pessoa a ter uma qualidade de vida razoável. Mas o foco principal é evitar a doença e tratá-la precocemente”, insistiu.
Macaé é o primeiro município do estado do Rio de Janeiro que vai ter o Plano de Atenção Oncológica. Pretende-se estender o projeto a todos os 92 municípios fluminenses. Moraes não tem dúvida que o programa que está sendo elaborado para o Rio de Janeiro poderá ser replicado para mais cidades brasileiras, atendendo às especificações e necessidades de cada local, incluindo os fatores de risco a que as pessoas estão expostas. “É a maneira de você reduzir a incidência da doença, aumentar a possibilidade de diagnóstico precoce e a eficácia do tratamento”.
Edição: Fábio Massalli
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