Akemi Nitahara
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, disse hoje (16) que a participação dos bancos privados no financiamento para os leilões de concessões das rodovias pode chegar a um terço do total. Segundo ele, esse é o interesse do BNDES e do governo, mas ainda será necessário analisar os projetos.
“Com os primeiros resultados, os primeiros projetos, nós vamos avaliar o potencial. Já houve muitas manifestações de interesse, mas agora é preciso concretizar isso – não quero fazer uma avaliação de percentuais." Coutinho espera potencial significativo e acredita que a participação dos bancos privados pode chegar a um terço. "Vamos ver se isso se confirma na prática, mas temos a expectativa.”
Quanto ao número de empresas interessadas no primeiro lote, menor do que a procura registrada no pregão de 2007, Coutinho considerou "satisfatório". O lote inclui a BR-262, que liga o Espírito Santo e Minas Gerais, e a BR-050, entre Minas Gerais e Goiás, e irá a leilão quarta-feira (18). Em 2007, 29 empresas se interessaram pela BR-050, contra oito agora. Nenhuma proposta foi apresentada para a BR-262. “Oito é um bom número", disse o presidente do BNDES. Ele informou que estão sendo avaliadas com as empresas as razões da queda na procura e disse que não fará comentários antes da conclusão da consulta.
Luciano Coutinho ressaltou que o Programa de Investimentos em Logística (PIL) é fundamental para o desenvolvimento do país e para aumentar a eficiência da economia brasileira, pois é consenso que “os gargalos de logística constituem m elemento de deficiência no nosso sistema econômico”. Por isso, não se pode minimizar a importância do programa com base no menor interesse das empresas, acrescentou Coutinho. Para ele, não existe alternativa mais eficiente para um investimento intenso, rápido, em logística que a participação do setor privado.
Em palestra durante um encontro internacional sobre capital privado, Coutinho falou sobre a boa conjuntura econômica brasileira da atualidade, com um sistema bancário estável, reservas altas, dívida pública em queda e inflação sob controle, que protegem o país da volatilidade das economias globais. Além disso, disse o presidente do BNDES, o governo estuda formas de oferecer garantias para o risco dos projetos de investimento, principalmente em infraestrutura, para estimular a participação dos bancos privados.
Luciano Coutinho disse ainda aos investidores presentes ao encontro que a distribuição de renda vai tornar o Brasil o quinto maior mercado consumidor em 2020.
Edição: Nádia Franco
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