Brasil quer sediar Copa do Mundo de Futebol Feminino

16/09/2013 - 20h10

Cristina Indio do Brasil
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, disse que fez contato com o presidente da Federação Internacional de Futebol (Fifa), Joseph Blatter, para pleitear a candidatura do Brasil como sede da Copa do Mundo de Futebol Feminino. “Eu sinalizei com a ideia, mas acho que outros países também querem. Se o Brasil quiser de fato trazer a Copa do Mundo de Futebol Feminino tem que trabalhar muito para isso”, disse Aldo.

O ministro disse que não há definição para quando seria a candidatura. Uma possibilidade é a competição de 2019. “Precisa observar qual é a janela de calendário que está aberta. Não sei se é de 2019 ou coisa parecida.”

A próxima edição dos jogos vai ocorrer em 2015, no Canadá. A última foi na Alemanha, em 2011. “Seria perfeito uma Copa do Mundo no Brasil feminina. Com certeza, não faltaria torcedor nos estádios. Os Jogos Pan-Americanos, em 2007, foram no Rio de Janeiro e joguei com 70 mil pessoas assistindo. Seria importante para a modalidade, mas precisa ter a vontade e interesse das equipes de camisa que chamam os torcedores”, disse a jogadora Cristiane, atacante da seleção brasileira.

Cristiane acompanhou hoje (16) o anúncio da abertura do Campeonato Brasileiro de Futebol Feminino de 2013, que vai ser disputado por 20 times de 13 estados entre os dias 18 de setembro e 1º de dezembro. A atleta estava jogando na Coreia do Sul e voltou ao Brasil, em maio, para jogar no Centro Olímpico, time de São Paulo que enfrenta dificuldades. Segundo ela, o patrocinador deixou o clube e foi preciso reduzir os salários. Com isso, algumas atletas saíram do Centro Olímpico. “Eu retornei da Coreia sabendo da realidade da equipe, mas retornei para ajudar em busca de um patrocínio. Ainda não posso jogar porque a minha liberação não chegou da Coreia, mas estou torcendo para que ela chegue e eu possa jogar na quarta-feira”, contou Cristiane, que já participou de várias competições internacionais.

Na avaliação da atacante, o campeonato nacional de futebol feminino, que costuma ocorrer em outros países, era o que faltava para a modalidade no Brasil, principalmente se for mantido no calendário da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). “Ter esse campeonato também no ano que vem, sendo uma coisa bem organizada, é um atrativo para as atletas retornarem e para trazer estrangeiras também”, destacou, completando que nunca houve um campeonato brasileiro com a participação de jogadoras de fora do país.

O estado de São Paulo é o que tem maior número de representantes na competição, cinco: Francana, Rio Preto, Centro Olímpico, São José e América. Em seguida, com dois representantes cada, estão o Rio de Janeiro (Duque de Caxias e Vasco da Gama) e o Pará (Tuna Luso e Pinheirense). As outras unidades federativas que participação do campeonato vão disputar com um time: Ascoop (DF), Vitória (PE), Caucaia (CE), São Francisco (BA), Mixto (MT), Botafogo (PB), Tiradentes (PI),Viana (MA), Iranduba (AM), Adi Foz (PR) e Kindermann (SC).
 
O ministro do Esporte também está otimista e já pensa na conquista de medalhas pelas jogadoras. “Nós temos esperança nas Olimpíadas e na medalha do futebol feminino, a medalha de ouro que não veio até hoje, quem sabe o futebol feminino não nos dá a primeira medalha de ouro.”

Aldo Rebelo anunciou também uma disputa nas escolas. Entre 29 de outubro a 3 de novembro,  12 times formados por atletas de 12 estados de todas as regiões do país vão participar da Copa Brasil Escolar Sub-17, em Aracaju. O Ministério do Esporte vai destinar R$ 765 mil a essa competição.

Para a ex-jogadora da seleção, Michael Jackson, coordenadora-geral de Futebol Feminino do Ministério do Esporte, o investimento em competições escolares vai ajudar a fortalecer a preparação de base dos atletas. Na avaliação dela, esse também é o caminho para a conquista de medalhas nas Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro. "Acredito muito na seleção brasileira de futebol feminino e tenho certeza de vamos ter uma medalha em 2016."

Edição: Juliana Andrade

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