Carolina Gonçalves*
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro dos Negócios Estrangeiros sírio, Walid Mouallem, disse ao secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, por telefone, que a Síria "rejeita relatórios parciais antes do fim do trabalho da missão e antes que sejam conhecidos os resultados das análises" sobre um possível uso de armas químicas.
As análises sobre o material recolhido pelas equipes da ONU, que será feita em laboratórios europeus, só deve ser concluída em algumas semanas. Os peritos deixam o território sírio amanhã (31). Em Nova York, a equipe vai relatar preliminarmente os resultados das investigações ao secretário-geral da organização.
Alguns países, como a Rússia, que já declararam ser contrários a uma intervenção militar, recomendaram uma investigação mais ampla, criticando o trabalho dos inspetores por terem se limitado a analisar apenas um episódio em que há suspeita de uso de armas químicas.
Mouallem exigiu que "a missão investigue os locais onde soldados sírios estiveram expostos a gases tóxicos". Autoridades em Damasco, capital do país, dizem que as armas foram utilizadas pelos rebeldes.
A equipe da ONU esteve em Mouadamiyat Al Cham, na periferia de Damasco, e em Goutha Oriental, locais onde teriam ocorrido ataques com armas químicas no último dia 21.
Hoje (30), o governo de Israel instalou um sistema de intercepção de mísseis em TelAviv, onde vivem quase 1 milhão de pessoas, para anular qualquer medida provocada uma intervenção militar estrangeira na Síria. O sistema antimíssil está orientado para o Norte do país, em direção à vizinha Síria.
Israel vem se preparando para se proteger de qualquer intervenção no país vizinho, mas o presidente israelense, Shimon Peres, disse que Israel não está e nunca esteve envolvida em ações de enfrentamento à Síria e explicou que as medidas adotadas têm a função de proteger o território.
Ainda assim, Peres alertou que o Exército vai responder com “toda a força” a qualquer impacto de uma ação em Israel.
*Com informações da Agência Lusa // Edição: Juliana Andrade