Carolina Gonçalves*
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Simpatizantes do presidente deposto Mohamed Mursi apelaram hoje (11) para que haja mais protestos no Egito pedindo o retorno do líder afastado do poder no início de julho. A convocação por mais manifestações ocorreu independentemente do prazo dado pelo atual governo egípcio para que os manifestantes desocupassem as praças no Cairo onde estão concentrados.
Na última semana, o governo do Egito deu novo ultimato aos aliados do presidente deposto Mouhammed Mursi, que estão acampados nas praças Rabaa Al Adawiya e Nahda, no Cairo. O primeiro-ministro egípcio, Hazem Beblawia, disse que, depois das festas pelo final do mês do Ramadã, que terminam hoje à noite, vai dispersar à força os manifestantes pró-Mursi.
O novo governo interino, estabelecido pelos militares, tentou dispersar os protestos mas não convenceu os islamitas a deixar os locais de concentração. Os militares prometeram eleições para o início de 2014, mas os manifestantes exigem, há mais de um mês, o retorno ao poder do primeiro presidente egípcio eleito democraticamente, deposto e preso pelo Exército, depois de manifestações que pediam sua saída.
A comunidade internacional, com a União Europeia e os Estados Unidos à frente, multiplicou as tentativas de mediação do diálogo nos últimos dez dias, mas ainda não conseguiu avançar em um acordo.
Os senadores norte-americanos John McCain e Lindsey Graham pediram, no início do mês, a libertação dos presos políticos egípcios e o início de um diálogo nacional que inclua todas as partes envolvidas.
Desde a destituição de Mursi, várias cidades foram ocupadas e registraram confrontos entre grupos simpatizantes e contrários ao governo do presidente interino, Adly Mansour. Muitos enfrentamentos ocorreram de forma violenta.
A comunidade internacional teme um banho de sangue com a ameça feita pelo atual governo. Em um mês, mais de 250 pessoas morreram nos confrontos com as forças de segurança e apoiantes do novo regime. A maior parte das vítimas era favorável a Mursi.
* Colaborou Renata Giraldi // Com informações da Lusa
Edição: Denise Griesinger
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